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Ação da Petrobras encosta na da Vale pela 1ª vez em 2 anos

Muitos investidores operam estratégias de "long & short" buscando ganhar com a diferença de rentabilidade entre as ações em cada ponta

Operador: "Os papéis não têm muita relação entre si, nem mesmo seguem a mesma commodity, mas muitos investidores acompanham esse spread e operam em cima dele" (Paulo Fridman/Bloomberg News)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2016 às 12h13.

São Paulo - A razão entre o valor das ações preferenciais da Petrobras e da Vale em uma operação casada com compra da primeira e venda da segunda está perto de 1 pela primeira vez em dois anos, conforme os papéis da petrolífera acumulam valorização superior a 100 por cento em 2016.

Muitos investidores operam estratégias de "long & short" buscando ganhar com a diferença de rentabilidade entre as ações em cada ponta.

"Os papéis não têm muita relação entre si, nem mesmo seguem a mesma commodity, mas muitos investidores acompanham esse spread e operam em cima dele", disse o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez.

A recuperação atual do spread se explica pela retomada das expectativas macroeconômicas do Brasil, apoiadas particularmente após a mudança no cenário político do país, afirmaram profissionais do mercado de renda variável.

A última vez que a cotação de Petrobras PN superou a de Vale PNA foi em 3 de setembro de 2014, quando a ação da petrolífera valia 23,95 reais e a da mineradora, 23,77 reais, conforme dados da Thomson Reuters.

"Tal movimento é simbólico, com o mercado sempre comparando o preço das duas", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, que administra um fundo que adota estratégia long & short.

Na segunda-feira, Petrobras PN fechou a 13,95 reais e Vale PNA encerrou a 14,85 reais, com o spread - calculado pela razão dos preços dos papéis, com o ativo "comprado" na estratégia chamada "long & short" como o numerador - igual a 0,94. Em 2016, Petrobras PN acumula alta de 107,3 por cento, enquanto Vale PNA sobe 43,7 por cento.

Nesta terça-feira, por volta das 10:20, as preferenciais da Petrobras caíam 1,4 por cento, a 13,76 reais, enquanto as preferenciais de classe A da Vale perdiam 1,8 por cento, a 14,58 reais, com a razão entre as duas ainda em 0,94.

De acordo com o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, após vários problemas envolvendo a Petrobras, muitos desfizeram suas posições nessa estratégia, o que fez com que essas posições sejam mais leves hoje em dia, mas ainda bastante monitoradas.

O spread entre Petrobras PN e Vale PNA, contudo, já vinha trabalhando abaixo de 1 desde 2010, reflexo da percepção negativa inicial acerca da gestão petista na empresa, que alcançou o ápice com implementação do modelo de partilha e a polêmica mega capitalização da companhia.

A recuperação em 2014 se deu por causa de expectativa de derrota da então presidente Dilma Rousseff na reeleição, que acabou não ocorrendo. Assim o papel voltou a enfraquecer, ampliando o declínio pelo desenvolvimento da operação Lava Jato.

Vale, por outro lado, mesmo sofrendo com a queda do preço do minério de ferro, conseguiu adotar uma bem sucedida gestão, afirmam analistas, com elevada eficiência operacional, cortes agressivos de custos e adoção de um programa de desinvestimentos para buscar uma estrutura de alavancagem mais confortável.

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São Paulo - A razão entre o valor das ações preferenciais da Petrobras e da Vale em uma operação casada com compra da primeira e venda da segunda está perto de 1 pela primeira vez em dois anos, conforme os papéis da petrolífera acumulam valorização superior a 100 por cento em 2016.

Muitos investidores operam estratégias de "long & short" buscando ganhar com a diferença de rentabilidade entre as ações em cada ponta.

"Os papéis não têm muita relação entre si, nem mesmo seguem a mesma commodity, mas muitos investidores acompanham esse spread e operam em cima dele", disse o operador Alexandre Soares, da BGC Liquidez.

A recuperação atual do spread se explica pela retomada das expectativas macroeconômicas do Brasil, apoiadas particularmente após a mudança no cenário político do país, afirmaram profissionais do mercado de renda variável.

A última vez que a cotação de Petrobras PN superou a de Vale PNA foi em 3 de setembro de 2014, quando a ação da petrolífera valia 23,95 reais e a da mineradora, 23,77 reais, conforme dados da Thomson Reuters.

"Tal movimento é simbólico, com o mercado sempre comparando o preço das duas", disse o gestor Eduardo Roche, da Canepa Asset Management, que administra um fundo que adota estratégia long & short.

Na segunda-feira, Petrobras PN fechou a 13,95 reais e Vale PNA encerrou a 14,85 reais, com o spread - calculado pela razão dos preços dos papéis, com o ativo "comprado" na estratégia chamada "long & short" como o numerador - igual a 0,94. Em 2016, Petrobras PN acumula alta de 107,3 por cento, enquanto Vale PNA sobe 43,7 por cento.

Nesta terça-feira, por volta das 10:20, as preferenciais da Petrobras caíam 1,4 por cento, a 13,76 reais, enquanto as preferenciais de classe A da Vale perdiam 1,8 por cento, a 14,58 reais, com a razão entre as duas ainda em 0,94.

De acordo com o gestor Marco Tulli Siqueira, da mesa de operações de Bovespa da Coinvalores, após vários problemas envolvendo a Petrobras, muitos desfizeram suas posições nessa estratégia, o que fez com que essas posições sejam mais leves hoje em dia, mas ainda bastante monitoradas.

O spread entre Petrobras PN e Vale PNA, contudo, já vinha trabalhando abaixo de 1 desde 2010, reflexo da percepção negativa inicial acerca da gestão petista na empresa, que alcançou o ápice com implementação do modelo de partilha e a polêmica mega capitalização da companhia.

A recuperação em 2014 se deu por causa de expectativa de derrota da então presidente Dilma Rousseff na reeleição, que acabou não ocorrendo. Assim o papel voltou a enfraquecer, ampliando o declínio pelo desenvolvimento da operação Lava Jato.

Vale, por outro lado, mesmo sofrendo com a queda do preço do minério de ferro, conseguiu adotar uma bem sucedida gestão, afirmam analistas, com elevada eficiência operacional, cortes agressivos de custos e adoção de um programa de desinvestimentos para buscar uma estrutura de alavancagem mais confortável.

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