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A Geni dos mercados financeiros não merece o apedrejamento

Estudo mostra por que os ‘short sellers’ são injustiçados por serem mais inteligentes

Todos leem as notícias, mas por que os short sellers se dão melhor? (sxc.hu)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2012 às 05h12.

São Paulo – A assimetria de informações garante lucros e prejuízos para quem opera no mercado financeiro. E mais, além da necessidade de ter acesso ao maior número de informações possível, os investidores precisam também analisá-las da melhor maneira. Até aí é tudo bastante óbvio. Mas qual é a vantagem de ficar ligado nas notícias?

Há uma extensa pesquisa sobre o valor de ter mais e melhores informações, porém existe um grupo de investidores que é ainda mais informado e tira uma vantagem maior disso: são os short sellers, ou seja, que vendem ações alugadas de outro investidor com a intenção de comprá-las no futuro a um preço menor. É uma aposta de queda das ações.

O estudo “How are Shorts Informed? Short Sellers, News, and Information Processing”, publicado no final de janeiro pelos pesquisadores Joseph E. Engelberg, Adam V. Reed e Matthew C. Ringgenberg, revela como esse tipo de investidor consegue um retorno superior vivendo no mesmo mundo que os demais e explica por que eles são injustiçados.

Culpados

Os short sellers são frequentemente sacrificados como responsáveis pela queda excessiva de alguns papéis e apedrejados como a Geni dos mercados financeiros em momentos de crise. Tanto em 2008, quanto em 2011, a atuação deles ganhou uma regulação adicional e chegou a ser restringida em alguns países. Ainda assim, os pesquisadores encontraram poucas evidências que sustentassem as acusações dos reguladores.


A suposição é que os investidores, interessados na desvalorização, vendem as ações alugadas e espalham rumores negativos sobre as companhias. Mas não existem registros suficientes que mostrem um número elevado de operações antes das notícias.

“Quando olhamos para todos os eventos noticiosos do arquivo da agência Dow Jones, encontramos que as negociações dos short sellers são similares às negociações dos outros participantes dos mercados nos dias anteriores às notícias”, explica o estudo. O resultado da análise sugere que, na média, eles operam com as notícias ou após delas.

Como fazem?

Após a análise da base de dados da Dow Jones, os resultados apontaram que os short sellers atuam sobre as informações públicas. “Em outras palavras, a evidência sugere que a vantagem de informação não está, na média, relacionada com a habilidade de criar uma história ou antecipar informações antes que elas se tornem públicas”, afirma o texto.

Ou seja, a publicação de uma notícia reduz a assimetria entre os investidores informados e os desinformados, mas também abre espaço para ganhos de quem sabe avaliar melhor. E é aí que os short sellers se destacam e obtêm um lucro maior que a média. A análise dos pesquisadores pode ajudar a reduzir o estigma em cima deles.

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São Paulo – A assimetria de informações garante lucros e prejuízos para quem opera no mercado financeiro. E mais, além da necessidade de ter acesso ao maior número de informações possível, os investidores precisam também analisá-las da melhor maneira. Até aí é tudo bastante óbvio. Mas qual é a vantagem de ficar ligado nas notícias?

Há uma extensa pesquisa sobre o valor de ter mais e melhores informações, porém existe um grupo de investidores que é ainda mais informado e tira uma vantagem maior disso: são os short sellers, ou seja, que vendem ações alugadas de outro investidor com a intenção de comprá-las no futuro a um preço menor. É uma aposta de queda das ações.

O estudo “How are Shorts Informed? Short Sellers, News, and Information Processing”, publicado no final de janeiro pelos pesquisadores Joseph E. Engelberg, Adam V. Reed e Matthew C. Ringgenberg, revela como esse tipo de investidor consegue um retorno superior vivendo no mesmo mundo que os demais e explica por que eles são injustiçados.

Culpados

Os short sellers são frequentemente sacrificados como responsáveis pela queda excessiva de alguns papéis e apedrejados como a Geni dos mercados financeiros em momentos de crise. Tanto em 2008, quanto em 2011, a atuação deles ganhou uma regulação adicional e chegou a ser restringida em alguns países. Ainda assim, os pesquisadores encontraram poucas evidências que sustentassem as acusações dos reguladores.


A suposição é que os investidores, interessados na desvalorização, vendem as ações alugadas e espalham rumores negativos sobre as companhias. Mas não existem registros suficientes que mostrem um número elevado de operações antes das notícias.

“Quando olhamos para todos os eventos noticiosos do arquivo da agência Dow Jones, encontramos que as negociações dos short sellers são similares às negociações dos outros participantes dos mercados nos dias anteriores às notícias”, explica o estudo. O resultado da análise sugere que, na média, eles operam com as notícias ou após delas.

Como fazem?

Após a análise da base de dados da Dow Jones, os resultados apontaram que os short sellers atuam sobre as informações públicas. “Em outras palavras, a evidência sugere que a vantagem de informação não está, na média, relacionada com a habilidade de criar uma história ou antecipar informações antes que elas se tornem públicas”, afirma o texto.

Ou seja, a publicação de uma notícia reduz a assimetria entre os investidores informados e os desinformados, mas também abre espaço para ganhos de quem sabe avaliar melhor. E é aí que os short sellers se destacam e obtêm um lucro maior que a média. A análise dos pesquisadores pode ajudar a reduzir o estigma em cima deles.

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