A coleção de Edemar vai a leilão
Palco de grandes eventos corporativos, como os fóruns de EXAME, o hotel paulistano Unique recebe nesta terça-feira 200 de obras de artistas como Victor Brecheret, Iberê Camargo e Tomie Ohtake. É o dia do primeiro de dois leilões da massa falida do Banco Santos – o segundo será exclusivamente online, no dia 29. A peça mais […]
Da Redação
Publicado em 22 de novembro de 2016 às 05h51.
Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h18.
Palco de grandes eventos corporativos, como os fóruns de EXAME, o hotel paulistano Unique recebe nesta terça-feira 200 de obras de artistas como Victor Brecheret, Iberê Camargo e Tomie Ohtake. É o dia do primeiro de dois leilões da massa falida do Banco Santos – o segundo será exclusivamente online, no dia 29. A peça mais barata ofertada hoje tem preço inicial de 150 reais; a mais cara, de 1,1 milhão.
O leilão marca um ponto decisivo num processo que se arrasta há anos na Justiça. Edemar Cid Ferreira, controlador do Banco Santos, foi condenado em 2006 a 21 anos de prisão por crimes como gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. Em 2015, o Tribunal Regional Federal da 3a Região, em São Paulo, anulou a condenação, mas o processo continua correndo, em segredo de Justiça.
O Banco Santos quebrou em 2005, com dívidas que somavam mais de 3 bilhões de reais após mais de um ano sob intervenção judicial. Desde então, credores lutam para receber parte do dinheiro, num processo que envolveu uma série de reclamações contra o administrador da massa falida, Vânio Aguiar – ele foi acusado de deixar vinhos caríssimos azedar, por exemplo, e de não cuidar da manutenção da coleção de arte, uma das maiores do país.
Nos leilões marcados para hoje e para a semana que vem, Aguiar espera arrecadar perto do valor de avaliação das obras – 9,8 milhões de reais. Até hoje, 62 obras do banqueiro já foram vendidas fora do país, pelo valor total de 72 milhões de reais. Os imóveis, que incluem a casa de Ferreira, uma das maiores do Brasil e avaliada em mais de 100 milhões de reais, também devem ir a leilão. O passivo total, agora, segundo Aguiar, soma 2,259 bilhões de reais. Ainda esperam para receber seu quinhão 2.174 credores. Haja Brecheret.