18 empresas já valem menos na Bovespa que seu patrimônio real
Estão nessa situação companhias como Usiminas, Fibria, Gafisa e Petrobras, segundo levantamento feito pela Economatica
Da Redação
Publicado em 19 de junho de 2012 às 09h33.
São Paulo - O cenário externo adverso, somado a dificuldades operacionais e perspectivas de resultados ruins nos próximos trimestres, está por trás do fato de que 18 das 63 empresas que compõem o principal índice de ações brasileiras estão sendo negociadas com valor de mercado inferior ao patrimônio líquido.
Estão nessa situação grifes como Usiminas, Fibria, Gafisa e Petrobras, segundo levantamento feito pela Economatica.
Ser negociada abaixo do valor patrimonial é uma forte indicação de que a companhia está depreciada no ponto de vista dos investidores. Muito disso pode ser explicado pelo cenário atual, com investidores saindo de ativos de risco diante da crise na zona do euro, disse o estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira. Desde que atingiu a pontuação máxima em 2012, há cerca de três meses, o Ibovespa já caiu quase 18 por cento.
Resultados operacionais abaixo do esperado e perspectivas de desempenho pouco animadoras nos próximos trimestres também cobram seu preço. Segundo analistas, esse é o caso de empresas como Fibria e Usiminas, que mostram endividamento elevado, em setores que já passam por dificuldades.
"No caso da Usiminas, por exemplo, vemos geração de caixa muito baixa e índice de alavancagem muito alto, mostrando que a empresa está tendo dificuldades para gerar recursos financeiros para pagar suas dívidas", disse a a na lista-chefe da Ativa Corretora, Daniella Maia.
"Aliado a isso, há o fato de que o setor de atuação da empresa está complicado, com fraca demanda por aços planos e aumento de custos do setor. Por isso, os investidores acabam exigindo um retorno adicional para fazer posição na companhia." O valor de mercado da Usiminas correspondia a 49,2 por cento de seu patrimônio líquido, segundo a Economatica. No caso da Fibria, essa relação era de 51,5 por cento. Os dados consideram o valor de mercado no último dia 15 e o patrimônio líquido registrado em março de 2012.
Nestes casos, as empresas poderiam recomprar todas as suas ações que estão no mercado gastando para isso o equivalente a apenas cerca de metade de seu patrimônio. "Por si só, isso quer dizer que o investidor não está colocando prêmio ou perspectiva futura de crescimento na empresa", disse Pereira, da Futura Corretora.
Mas distorções contábeis no cálculo do patrimônio líquido também podem influenciar no múltiplo e exigem cautela ao analisar o dado, segundo os analistas consultados. "Esse é um indicador relevante, mas precisa ser visto com muito cuidado. Só por ele você não consegue tirar conclusões de investimento, porque o que move o papel é a expectativa de lucro e geração de caixa", disse o estrategista de renda variável no HSBC, Carlos Nunes.
No caso de Petrobras, o dado da Economatica mostra que a relação entre valor de mercado sobre patrimônio líquido da empresa estava em 73,3 por cento.
"A relação de preço sobre lucro também não está alta. Mas o problema é que a expectativa de lucro começa a cair, e a companhia tem decepcionado também com a questão do repasse do preço do combustível", disse Nunes.
Quatro construtoras também estão na lista da Economatica: Rossi Residencial, Gafisa, Brookfield e PDG Realty. "É um setor que tem uma alavancagem muito grande e começa a ter alguns problemas com relação à geração de caixa", afirmou Pereira.
São Paulo - O cenário externo adverso, somado a dificuldades operacionais e perspectivas de resultados ruins nos próximos trimestres, está por trás do fato de que 18 das 63 empresas que compõem o principal índice de ações brasileiras estão sendo negociadas com valor de mercado inferior ao patrimônio líquido.
Estão nessa situação grifes como Usiminas, Fibria, Gafisa e Petrobras, segundo levantamento feito pela Economatica.
Ser negociada abaixo do valor patrimonial é uma forte indicação de que a companhia está depreciada no ponto de vista dos investidores. Muito disso pode ser explicado pelo cenário atual, com investidores saindo de ativos de risco diante da crise na zona do euro, disse o estrategista da Futura Corretora, Luis Gustavo Pereira. Desde que atingiu a pontuação máxima em 2012, há cerca de três meses, o Ibovespa já caiu quase 18 por cento.
Resultados operacionais abaixo do esperado e perspectivas de desempenho pouco animadoras nos próximos trimestres também cobram seu preço. Segundo analistas, esse é o caso de empresas como Fibria e Usiminas, que mostram endividamento elevado, em setores que já passam por dificuldades.
"No caso da Usiminas, por exemplo, vemos geração de caixa muito baixa e índice de alavancagem muito alto, mostrando que a empresa está tendo dificuldades para gerar recursos financeiros para pagar suas dívidas", disse a a na lista-chefe da Ativa Corretora, Daniella Maia.
"Aliado a isso, há o fato de que o setor de atuação da empresa está complicado, com fraca demanda por aços planos e aumento de custos do setor. Por isso, os investidores acabam exigindo um retorno adicional para fazer posição na companhia." O valor de mercado da Usiminas correspondia a 49,2 por cento de seu patrimônio líquido, segundo a Economatica. No caso da Fibria, essa relação era de 51,5 por cento. Os dados consideram o valor de mercado no último dia 15 e o patrimônio líquido registrado em março de 2012.
Nestes casos, as empresas poderiam recomprar todas as suas ações que estão no mercado gastando para isso o equivalente a apenas cerca de metade de seu patrimônio. "Por si só, isso quer dizer que o investidor não está colocando prêmio ou perspectiva futura de crescimento na empresa", disse Pereira, da Futura Corretora.
Mas distorções contábeis no cálculo do patrimônio líquido também podem influenciar no múltiplo e exigem cautela ao analisar o dado, segundo os analistas consultados. "Esse é um indicador relevante, mas precisa ser visto com muito cuidado. Só por ele você não consegue tirar conclusões de investimento, porque o que move o papel é a expectativa de lucro e geração de caixa", disse o estrategista de renda variável no HSBC, Carlos Nunes.
No caso de Petrobras, o dado da Economatica mostra que a relação entre valor de mercado sobre patrimônio líquido da empresa estava em 73,3 por cento.
"A relação de preço sobre lucro também não está alta. Mas o problema é que a expectativa de lucro começa a cair, e a companhia tem decepcionado também com a questão do repasse do preço do combustível", disse Nunes.
Quatro construtoras também estão na lista da Economatica: Rossi Residencial, Gafisa, Brookfield e PDG Realty. "É um setor que tem uma alavancagem muito grande e começa a ter alguns problemas com relação à geração de caixa", afirmou Pereira.