Meraki: a gestora que nasceu na pandemia e aposta no 'trade da reabertura'
Em entrevista ao programa Papo Aberto, da EXAME Invest Pro, o CIO da Meraki, Roberto Reis, explica como nasce uma gestora de fundos
Juliano Passaro
Publicado em 7 de maio de 2021 às 06h49.
Última atualização em 7 de maio de 2021 às 06h52.
O CIO e sócio fundador da Meraki Capital, Roberto Reis, afirmou, em entrevista ao programa Papo Aberto, da EXAME Invest Pro, que a gestora está otimista com o momento e as perspectivas do mercado financeiro. "Temos produtos democráticos de investimentos, a partir de R$ 1.000. O nosso conceito era trazer os grandes investidores para a Meraki e agora poder democratizar. Ou seja, dar acesso aos pequenos e novos investidores", disse.
A entrevista a Juliana Machado, especialista em fundos da EXAME Invest Pro, foi ao ar no YouTube na última quarta-feira, 5.
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A Meraki é uma gestora independente que surgiu no segundo semestre do ano passado com o intuito de entregar retornos consistentes aos clientes, com preservação e valorização do patrimônio. A ideia saiu de de três amigos que tinham o mesmo projeto: criar uma "casa de equities" oferecendo melhores resultados aos clientes, com riscos controlados.
"Trabalho no mercado financeiro há mais de 20 anos. Trabalhei em grandes bancos e por muito tempo eu vinha com essa ideia de montar minha gestora. Dois sócios fundadores se juntaram a mim. A gente já discutia isso havia quase dez anos, mas cada um estava em um momento da vida. Na metade do ano passado, calhou de a gente discutir no meio da pandemia oportunidades de investimento. Aí decidimos colocar tudo de pé", conta Reis, que veio da Bradesco Asset Management (Bram).
Segundo o CIO (o executivo-chefe de Investimentos), um dos maiores desafios, logo de cara, foi achar o nome da asset. "Conversamos com a investidora anjo da nossa empresa e ela deu a ideia de colocar o nome de “meraki”, que é uma palavra grega que significa: 'tudo que a gente faz com a alma'. Caiu como uma luva, adoramos o nome", explica.
No fim de outubro, os sócios protocolaram o pedido de asset na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na Anbima (a associação que reúne corretoras e gestoras). Em janeiro deste ano, a gestora já contava com todas as licenças em mãos. Atualmente, a Meraki conta com 11 sócios, mas até junho deverá ter 15 executivos no time.
Montagem da equipe
"Procuramos trazer um time que já tivesse trabalhado na parte de investimento comigo. Primeiro, porque a gente queria aproveitar o que tínhamos feito em grandes bancos; segundo, porque já sabíamos como lidar um com o outro, com habilidades e fraquezas dos colegas. Procuramos ter um time entrosado. Dos 11 sócios, metade trabalhou comigo na Santander Asset e a outra metade na Bradesco Asset", diz Reis.
O CIO da Meraki também explicou como faz para escolher as melhores oportunidades de investimentos para seus fundos. "Primeiro, escolhemos algumas empresas que foram muito afetadas no começo da pandemia e tiveram seus negócios suspensos. Estamos fazendo esse 'trade de reabertura', escolhendo algumas boas empresas que ficaram pra trás nesse caminho, e aí entram shopping centers, turismo, indústria...", afirma.
Reis ainda destacou que a gestora está de olho em toda inovação tecnológica que está surgindo com fintechs e bancos digitais, que estão com um crescimento muito forte nos últimos anos.
Como funcionam os fundos da Meraki
Segundo Reis, os fundos da Meraki são seguros porque a gestora está sempre atenta aos movimentos do mercado, que podem a deixar mais cautelosa ou mais agressiva em relação aos seus fundos.
"Nós usamos preponderadamente ações, mas também fazemos posições em renda fixa e câmbio. Quando ficamos mais cautelosos, diminuímos a alocação. Quando o cliente compra um fundo, ele compra nossa seleção de ações e também a nossa expertise de aumentar a alocação em bolsa quando achamos que está favorável e reduzir quando começamos a ficar preocupados ou cautelosos", explica.
O CIO da Meraki ainda falou sobre a responsabilidade do investidor ao escolher uma gestora e como pretende fazer para sobreviver com o aumento da competição no mercado.
Confira a entrevista na íntegra: