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Hapvida e NotreDame sobem até 40% após oferta de fusão. Ainda vale entrar?

União pode formar empresa com valor de mercado superior ao do Banco do Brasil e Itaúsa

Ações da NotreDame Intermédica subiram mais de 40% em dois dias com a proposta de fusão com a Hapvida (divulgação/Divulgação)

Ações da NotreDame Intermédica subiram mais de 40% em dois dias com a proposta de fusão com a Hapvida (divulgação/Divulgação)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 11 de janeiro de 2021 às 15h35.

Última atualização em 11 de janeiro de 2021 às 18h48.

As ações de Hapvida e NotreDame Intermédica dispararam pelo segundo pregão consecutivo nesta segunda-feira, 11: elas acumulam, respectivamente, valorização de 27,7% e 40,5% desde o fechamento de quinta-feira, a véspera do dia em que a oferta para fusão das duas empresas tornou-se pública. O movimento ocorreu na contramão do Ibovespa, que recuou 1,46% com a realizações de lucros por parte dos investidores.

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A fusão, se confirmada nos termos propostos, dará aos acionistas da NotreDame participação de 46,9% da nova empresa, enquanto os da Hapvida ficarão com 53,1%. A proposta, apresentada pela Hapvida, levou em consideração a média do preço das ações de ambas as empresas nos vinte pregões anteriores ao dia 21 de dezembro acrescido de um prêmio de 10% sobre os papéis da Intermédica.

Na opinião de analistas, o potencial negócio trará benefícios para as duas empresas, vistas como complementares. Enquanto 60% do portfólio da Hapvida está espalhado entre as regiões Norte e Nordeste, é nos estados do Sul e do Sudeste que a NotreDame possui maior participação. 

Segundo o BTG Pactual (do mesmo grupo controlador da EXAME), a complementaridade entre as duas empresas é a “mágica do negócio” e deve facilitar A sua aprovação pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Além da aprovação da autarquia, a operação ainda precisa ser aprovada pelo conselho e pelos acionistas da NotreDame, mas analistas do banco não veem empecilhos para que eles empresa aprovem a oferta.

Caso confirmada, a nova empresa nascerá com 8,24 milhões de beneficiários, o equivalente a 18% de market share (participação de mercado), e mais de 130 bilhões de reais de valor de mercado de planos de saúde. O montante, que é a soma do valor das duas companhias, seria maior do que o de gigantes da bolsa, como Banco do Brasil e Itaúsa. 

Segundo previsões do BTG, a combinação de NotreDame e Hapvida poderia gerar receita líquida de 25 bilhões de reais em 2021 e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 4,5 bilhões de reais.

Ainda vale entrar?

“O mercado já está precificando a fusão como bem-sucedida. É claro que o desenrolar da operação pode gerar novas altas nas ações. Mas deve ser um efeito mais marginal. A maior parte do ganho de valor já foi precificado”, afirma Luis Sales, analista da Guide Investimentos. “Se a fusão não ocorrer, pode haver fortes quedas.”

Mas ainda que parte significativa da operação já esteja no preço, há expectativa de que os  ganhos de sinergia facilitem o crescimento da nova companhia, o que contribuiria para novas valorizações no médio e longo prazo. 

Para analistas do Credit Suisse, logo de cara, a fusão deve reduzir em 500 milhões de reais as despesas gerais e administrativas, cerca de 50% do gasto da NotreDame. Segundo relatório do banco, o preço de futuras aquisições deve diminuir em 20%, tendo em vista que as duas empresas possuem estratégias de crescimento inorgânico e competiam por ativos semelhantes. 

O Credit Suisse acredita que as ações da Hapvida devem ter performance superior à média do mercado, mas manteve recomendação neutra para os papéis da NotreDame, com preço-alvo abaixo do valor praticado. O BTG, que também assessora a Hapvida na operação, tem recomendação de compra para ambas as empresas.

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