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Geração Z toma mais risco nos investimentos e quer enriquecer rápido

Pesquisa do Barclays mostra que cerca de 37% dos jovens de 18 a 24 anos desejam especular com investimentos

Um terço dos investidores admitem que aumentaram seu apetite pelo risco no ano passado (Vergani_Fotografia/Getty Images)

Um terço dos investidores admitem que aumentaram seu apetite pelo risco no ano passado (Vergani_Fotografia/Getty Images)

Marília Almeida

Marília Almeida

Publicado em 29 de junho de 2021 às 15h38.

Última atualização em 29 de junho de 2021 às 16h39.

Você provavelmente já havia percebido, mas uma pesquisa do banco Barclays constatou. A Geração Z, ou seja, jovens entre 18 e 24 anos, querem ganhos rápidos quando o assunto é investimentos.

Além de negociarem e monitorarem a carteira de aplicações financeiras com maior frequência, eles tomam mais riscos e costumam ter hábitos financeiros tradicionalmente considerados ruins.

"Cerca de 21% dos investidores da geração Z dizem estar investindo para tirar vantagens do mercado, enquanto 16% querem especular para ficar rico rapidamente", conclui o levantamento.

Metade dos investidores dessa geração também planejam resgatar seus investimentos em dois ou cinco anos.

Um terço dos respondentes admitiu que a maior disposição para tomar riscos aconteceu especialmente a partir do ano passado. Cerca de 60% de quem tem mais de 55 anos dizem que investem pensando no longo prazo e, em média, quem tem entre 45 e 55 anos planejam investir seu dinheiro pelos próximos 10 anos.

Gerações anteriores costumam ser mais focadas em objetivos de longo prazo. Entre os millenials, 31% buscam investir para um objetivo específico, como comprar um imóvel, e não se tornaram mais suscetível ao risco no ano passado, analisou o banco.

Rob Smith, head de finanças comportamentais do Barclays Wealth, diz que é ótimo ver que cada vez mais jovens começam a investir, mas é preocupante que muitos estão procurando por uma vitória no curto prazo, ao invés de investir no longo prazo com um portfólio balanceado. "No último ano vimos muitos investidores entrarem no mercado pela primeira vez e, se eles se deram bem, é fácil acreditar que poderão replicar esse sucesso nos próximos anos. Mas não é sempre o que acontece".

Smith explica que, assim como os mercados se valorizam eles também podem se desvalorizar, e se o investidor aplicar o dinheiro que pode precisar no curto prazo aumenta as chances de que tenha de vender a aplicação em um momento desfavorável, gerando perdas. "É por isso que uma das regras de ouro para investir é aplicar por pelo menos cinco anos. Dessa forma, será mais fácil escapar dos altos e baixos do mercado".

Ele ressalta, porém, que jovens investidores podem querer investir apenas para experimentarem a excitação do mercado. Contudo, alerta que os altos e baixos podem ser estressantes se forem frequentes. "Então, a melhor prática é relaxar e não olhar a carteira toda hora. Se você gosta do buzz de investir, crie uma carteira de investimentos alternativa e reserve uma porcentagem pequena do seu dinheiro para investir em aplicações especulativas e de maior risco".

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