Tropas ucranianas durante exercício de tiro em Lviv, em 28 de janeiro de 2022 (AFP/AFP)
Guilherme Guilherme
Publicado em 21 de fevereiro de 2022 às 12h24.
Última atualização em 21 de fevereiro de 2022 às 12h33.
A escalada de tensões na Ucrânia tem sido a principal preocupação de investidores do mundo inteiro nas últimas semanas. Temores sobre a possibilidade de guerra no Leste Europeu reacenderam nesta segunda-feira, 21, após Moscou afirmar que "não há planos concretos" para o encontro entre os presidentes Vladimir Putin, da Rússia, e Joe Biden, dos Estados Unidos. Mais cedo, a França tinha dito que os líderes das duas potências teriam acertado a reunião.
Bolsas do Velho Continente estão estre as mais afetadas pelas incertezas geopolíticas. Para enfrentar a volatilidade, um dos principais bancos de investimentos da Europa, o UBS, escreveu um relatório sobre o que fazer diante desse cenário. Ainda que acredite numa resolução diplomática para crise como o cenário mais provável, o banco vê "riscos crescentes" de territórios com maior apoio separatista na Ucrânia "serem puxados ainda mais para a esfera de influência russa".
"No caso de risco de uma escalada militar, a proporcionalidade das sanções ocidentais será um fator importante nos cálculos da Rússia sobre seus próximos passos", afirmaram analistas do UBS, em relatório.
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Carteiras geograficamente diversificadas e com foco em ações de longo prazo, segundo UBS, estão mais bem preparadas tanto "para um eventual relaxamento das tensões geopolíticas quanto para suportar contratempos em caso de escalada da tensões".
Neste momento de maior incerteza, o banco suíço considera que "o maior risco para investidores globalmente diversificados tem sido a reação exagerada e a saída indevida dos mercados". "Historicamente, quedas no mercado devido a disputas entre nações são de curta duração."
"Alocações em ações de commodities e energia são uma opção atraente para ajudar os investidores a proteger os riscos do portfólio", disseram os analistas. A preferência por commodities, por sinal, tem contribuído com a performance do Ibovespa, que tem Vale (VALE3) e Petrobras (PETR3) entre as maiores posições.
Além do noticiário geopolítico, a iminente alta de juro do Federal Reserve tem exercido forte pressão sobre as bolsas globais neste ano. Para o UBS, ações que podem se beneficiar de taxas de juros mais altas podem ajudar a mitigar os riscos da carteira. Um dos setores citados pelo banco é o financeiro, que "normalmente se beneficia à medida que as taxas aumentam, graças a uma maior receita líquida de juros".
"Também esperamos que os setores de valor superem os setores de crescimento, como tecnologia, que enfrentam os maiores ventos contrários com o aumento das taxas", disse o UBS.