Fábrica da WEG em Jaraguá do Sul (SC): aumento de eficiência e gestão da manufatura em tempo real Foto: Germano Lüders 18/06/2015 (Germano Lüders/Exame)
Paula Barra
Publicado em 26 de fevereiro de 2021 às 15h45.
Última atualização em 26 de fevereiro de 2021 às 15h47.
Nos últimos 12 meses, as ações da Weg (WEGE3) acumulam valorização de 60,6%, contra uma queda de 2,3% do Ibovespa no mesmo período. O intervalo abrange a derrocada dos mercados do final de fevereiro até março do ano passado, no estouro da crise da covid, demonstrando que a empresa mais do que superou aquele baque.
Considerando o pior momento de 2020, quando os papéis atingiram seu fundo, no dia 18 de março do ano passado para cá, a valorização acumulada é de 203,3%, contra uma alta do índice de 66,5% no mesmo período.
Mas esse ainda está longe de ser o melhor feito da companhia em Bolsa. Além de encerrar 2020 com a segunda melhor rentabilidade do Ibovespa (+120%), a empresa tem ainda o posto de melhor ação da década, considerando do fim de 2010 até o fim de 2020, com valorização nominal de mais de 1.200%.
Esta semana, a Weg reportou seu resultado do quarto trimestre. O balanço veio como um reforço para aqueles que duvidavam se a fabricante catarinense de motores elétricos, geradores e equipamentos de automação seria capaz de supreender ainda mais depois de todo o crescimento ao longo dos últimos anos.
O resultado, que mais uma vez ficou acima do esperado pelo mercado, mostrou um lucro líquido de 742,2 milhões de reais, uma alta de 48,3% frente ao registrado no mesmo período de 2019. No pregão da última quarta-feira, pós-divulgação dos números, os papéis da companhia fecharam com ganhos de 3,63%.
Em meio aos números, bancos reforçaram o otimismo com o papel. Os analistas do Bank of America comentaram que não veem o valuation relativamente caro das ações da Weg (que negociam atualmente com um múltiplo preço sobre lucro -- P/L -- estimado para 2022 de 60 vezes, contra 28 vezes a média dos últimos cinco anos) como razão suficiente para adotar uma visão mais negativa para as ações da companhia.
"Acreditamos que o valuation é justificado por sua exposição a tendências disruptivas seculares, execução premium, valor de escassez e momentum estelar para ganhos", comentaram os analistas Murilo Freiberger e Gustavo Tasso, do Bank of America, em relatório, acrescentando que os números do quarto trimestre da companhia foram "muito surpreendentes".
Eles reforçaram recomendação de compra para os papéis, além de terem elevado o preço-alvo de 90,00 para 96,00 reais, o que implica em um potencial de valorização de 20,7% frente ao fechamento de ontem.
Na mesma linha, os analistas do JPMorgan, que também mantiveram recomendação overweight, equivalente a compra, elevaram o preço-alvo das ações de 99,00 para 104,00, o que corresponde a um potencial de alta de 31%. Segundo eles, a revisão ocorre após resultado mais forte do que o esperado no último trimestre.
De acordo com eles, a visão positiva sobre a empresa reflete uma tendência crescente de eletrificação conforme o mundo se move para menores emissões de carbono e aumenta os investimentos em energia renovável, assim como a capacidade da Weg de continuar a encontrar novos caminhos de crescimento, conforme demonstrado por iniciativas recentes em energias renováveis e mobilidade elétrica.
Além disso, eles destacam que é esperado um forte crescimento para a empresa nos próximos anos. A expectativa é de aumento de receita de 19% e 20% em 2021 e 2022, respectivamente, na comparação anual, com a empresa sendo positivamente impactada por um maior capex (investimentos em bens de capital) relacionado ao ciclo de commodities.
Adicionalmente, a companhia também se beneficia de um real mais fraco, o que aumenta sua competitividade no mercado externo e seu poder de precificação no Brasil, comentam.
Eles elevaram ainda suas estimativas de Ebitda para a empresa entre 1% e 3%, representando um crescimento de geração operacional de caixa de 23% este ano e 24% em 2022, na comparação anual. Segundo eles, o valuation alto de Weg é justificado por seu crescimento forte de Ebitda.
Nesta sessão, as ações da companhia registram alta de 1,18%, segundo cotação das 15h40, contra queda de 0,39% do Ibovespa. No ano, a valorização é de 6,20%, contra uma perda de 6,07% do índice.