De olho em inflação e Selic, BTG recomenda FII de CRI para novembro
Após um mês de estresse para o mercado de capitais brasileiro em outubro, o banco de investimentos inclui fundo de recebíveis imobiliários em sua carteira recomendada de FIIs
Da Redação
Publicado em 1 de novembro de 2021 às 18h28.
Última atualização em 2 de novembro de 2021 às 00h39.
De olho no cenário econômico e fiscal brasileiro — com a tendência de alta da taxa Selic e da inflação — o BTG Pactual digital fez algumas alterações na carteira recomendada de fundos imobiliários para novembro, reduzindo a posição em alguns ativos e incluindo o FEXC11 (BTG Pactual Fundo de CRI) com peso de 2,5%.
Confira as mudanças:
- redução de posição no fundo RBRP11 de 7,5% para 5%
- redução de posição no fundo RCRB11 de 10% para 9%
- redução de posição no fundo BTCR 15% para 12,5%
- aquisição do fundo FEXC11 no peso de 2,5%
- aumento de peso no fundo KNCR11 de 15% para 17,5%
Em relatório divulgado pelo banco, os analistas destacaram que o rebalanceamento da carteira de FIIs tem como foco ativos defensivos e com boa liquidez. A decisão foi tomada com base no ciclo de alta da taxa Selic e no aumento na volatilidade dos mercados.
“Rebalanceamos nossa carteira visando uma maior exposição e diversificação ao segmento de recebíveis imobiliários por conta do cenário econômico de médio prazo ainda desafiador. Com as movimentações mencionadas, aumentamos nossa exposição a fundos de recebíveis, para 45% em quatro fundos [ ante 42,5% em três fundos ]”, explicam os especialistas no relatório.
BTG Pactual Fundo de CRI (FEXC11)
Sobre a inclusão do BTG Pactual Fundo de CRI (FEXC11), o relatório aponta que o fundo é um investimento atrativo, entregando um dividend yield anualizado de 10,7% e conta com um desconto de aproximadamente 10% em relação ao seu valor patrimonial.
Em termos do portfólio, o fundo está alocado em uma carteira com 59 CRIs, composta em sua maioria de operações indexadas ao IPCA (67% do PL), mas com exposição ao CDI (29% do PL) e ao IGP-M (4% do PL). Os analistas também destacam o baixo risco de inadimplência do ativo, que possui devedores com excelente perfil de crédito (73% possuem ratings de AA até AAA). Além disso, o fundo é composto de empreendimentos localizados nas regiões mais resilientes e com melhor liquidez do país.
Confira os outros 12 ativos que compõem a carteira de FIIs da BTG Pactual digital aqui.
Cenário econômico
O mês de outubro não foi simples para o mercado de capitais brasileiro. A inflação continua em alta, impulsionada por alimentação, energia elétrica, passagens aéreas e combustíveis. Por causa disso, a expectativa do mercado para o IPCA em 2021 e 2022 já é de 9,5% e 4,3%, respectivamente.
Nesse cenário, o Banco Central decidiu aumentar em 1,5 ponto percentual a taxa básica de juro, elevando a Selic de 6,25% para 7,75% ao ano. Além disso, novos aumentos já são esperados nas próximas reuniões do Copom.
No entanto, de acordo com o relatório, a posição do BTG Pactual digital é de que, mesmo em um ciclo de alta da taxa de juro, investir no mercado imobiliário é uma alternativa que o investidor deve considerar apostando nas vantagens do setor como: menor volatilidade em relação ao investimento direto em ações; maior liquidez frente ao investimento direto em imóveis; recebimento de renda recorrente e líquida de impostos para a pessoa física; e potencial ganho de capital no longo prazo.
Em termos de estratégia, o banco afirma que uma carteira diversificada (diferentes gestores e segmentos), com ativos de tijolo de alta qualidade e bem localizados é a melhor forma de estar exposto ao mercado imobiliário de forma resiliente em períodos de maior volatilidade e de se beneficiar em momentos de retomada.
“Apesar do momento desafiador, acreditamos que as quedas ocorridas ao longo deste ano abriram diversas oportunidades para o investidor que busca tanto o ganho de capital quanto a renda. Na nossa visão, é possível encontrar diversos ativos que oferecem uma relação risco vs. retorno bastante favorável, apoiada em fundamentos sólidos”, conclui o relatório.