País que valoriza professor tem desempenho melhor; Brasil está em último
Para head da EXAME Academy, a tecnologia e as ferramentas digitais podem ser fortes aliadas no processo de mudança de paradigma na educação brasileira
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Da Redação
Publicado em 18 de novembro de 2020 às 18h00.
Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 18h22.
Todo mundo já teve dias em que foi para a escola ou para a faculdade sem nenhuma vontade. Mas tudo muda quando entra na sala um professor fora do normal, que faz a aula cansativa e desinteressante ser a mais proveitosa do semestre e, talvez, até da vida. Bons professores assim são raros, e o pior, são pouco valorizados, muitas vezes desrespeitados e mal pagos. É o que afirma o relatório da Fundação Varkey, que mostra pela primeira vez que existe uma ligação direta e forte entre as visões implícitas, inconscientes e automáticas das pessoas sobre a importância do professor e o desempenho dos alunos medido pelas pontuações do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa) 2018. O relatório, que avaliou 35 países, mostra que as pontuações do Pisa são significativamente mais altas em países onde as pessoas respeitam e consideram mais o profissional.
O estudo capta as impressões implícitas e automáticas dos entrevistados sobre seus professores, pedindo que indiquem o mais rápido possível se, por exemplo, eles acham que os professores são confiáveis ou não, inspiradores ou não, atenciosos ou indiferentes, inteligentes ou não, entre outros opostos e demais associações de palavras.
Geralmente, países asiáticos, que tendem a ter uma boa pontuação no Pisa, têm uma classificação mais alta em termos de percepção do professor no estudo da Varkey, enquanto os países latino-americanos, que costumam ter uma pontuação mais baixa no Pisa, tiveram uma classificação mais baixa no levantamento da Varkey.
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Segundo a pesquisa, no Brasil, nota 5 em uma escala que vai de zero a 14, a pontuação indica o status da carreira de professor. Dentre os países que fizeram parte do estudo, é o local que pior avalia seus professores. Para Juliana Machado, professora do curso Mapa dos Fundos, a educação no Brasil deveria ser vista menos como commodity. “Acho que deveríamos tratar a educação menos como status social e mais como um aprendizado para a vida e crescimento pessoal, acima de qualquer conhecimento formal”, afirma uma das educadoras da EXAME Academy .
O resultado do estudo chama a atenção para uma fragilidade do ensino no Brasil. Como pessoas que instruem o desenvolvimento pessoal e profissional de todos os cidadãos, os professores precisam ter posição de destaque na sociedade. “Uma aula dada com vontade e dedicação por quem gosta, domina o assunto e que coloca a alma para fazer algo diferente transforma vidas e visões de mundo. Dar aula é algo que aprendi fazendo e que me dá prazer. Eu acredito que em cada aula é preciso apresentar algo diferente para ter um impacto real nas pessoas. Você tem de sair da experiência diferente do que entrou”, afirma André Portilho, head da EXAME Academy .
A EXAME Academy é a plataforma de educação da EXAME que nasceu com a proposta de trazer especialistas apaixonados por suas áreas de interesse para dar aulas e ajudar a construir a educação do futuro. “No futuro, a educação será mais fluida e mais líquida. Será uma junção do digital com o presencial. O curso gravado você assiste quando quer, onde quer, volta quantas vezes quiser para refazer aquilo que você pode não ter entendido. Você consegue trazer o conteúdo para seu ritmo”, diz Portilho.
Para Portilho, a educação vai usar o potencial do mundo digital para atingir cada vez mais pessoas. “No mundo analógico, o bom professor teria uma escala de alcance muito pequena, no máximo 100 pessoas por sala, falando alto. No mundo digital, a quantidade de pessoas que podem ser impactadas e influenciadas por esses bons professores é absurda. Os bons vão se destacar, trazer cada vez mais alunos e dominar o mercado. Na EXAME Academy nosso maior desafio é encontrar esses professores e dar condições a eles de fazerem a sua arte”, conclui Portilho.