(Govindanmarudhai/Getty Images)
A tendência do ensino à distância (EAD) tem se mostrado cada vez mais crescente. O que já vinha sendo uma constante, aumentou com o isolamento social, em que os processos digitais foram acelerados. Atualmente, 9 milhões de brasileiros optam por esse tipo de ensino, segundo a Associação Brasileira de Educação à Distância (Abed). No caso do ensino superior, a Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (Abmes) estima que o número de matrículas EAD já tenha ultrapassado o de presenciais.
Além dos cursos de nível superior, a demanda por cursos livres também alavancou, impulsionada pela tecnologia 5.0, a extinção de profissões e o surgimento de outras funções que prestigiam os profissionais com múltiplos talentos. O mercado de trabalho, com isso, demonstra que será cada vez mais essencial o conhecimento.
Nilson Filatieiri, CEO da HeroSpark, solução para empreendedores digitais, traz cinco tendências que devem influenciar o conteúdo das aulas EAD, desde sua temática até a abordagem, no curto prazo.
Lifelong learning
Se para algumas pessoas a rotina continuou atribulada, outras tiveram a oportunidade de parar e repensar conceitos. Além disso, ficou evidente a necessidade de aproveitamento do tempo de maneira produtiva, seja pelo ócio criativo, seja pelo desenvolvimento de novas habilidades.“A ideia de lifelong learning representa o aprendizado como algo constante, a ser praticado por toda a vida e não em fases ou períodos predeterminados. Além de aumentar a busca por qualificações diversas, esse conceito estimula a produção de conteúdo (cursos) voltada para a curadoria, seja de obras literárias, música, filmes, inclusive de outros cursos”, explica Filatieri.
DIY
O conceito Do it Yourself ou "Faça Você Mesmo" veio para ficar. Segundo o Google Trends, buscas por termos como: cortar o próprio cabelo, como pintar a casa, como fazer uma horta no quintal, dispararam. Para Filatieri, as pessoas ganharam uma melhor percepção do que é melhor para elas. Agora que os profissionais já sabem que podem fazer muito mais por si mesmos, a demanda por cursos com bons conteúdos nesse sentido consequentemente disparou”, pontua.
Autodesenvolvimento
Enfrentar os dias de home office sozinho pode ser desolador, mas o regime remoto também trouxe a necessidade de se conectar melhor consigo mesmo. Autoconhecimento e autocontrole foram palavras-chave para manter a harmonia no lar. A busca por compreender o próprio eu e o entorno também impulsionou conteúdos voltados para espiritualidade, psicologia, terapias alternativas, conhecimento místico”, elucida o CEO.
Digitalização
Um estudo feito pelo Sebrae demonstra que de maio a agosto deste ano o número de empresas utilizando canais digitais para comercializar seus produtos cresceu de 59% para 66%. São pelo menos 7 milhões de micro e pequeno empresários no Brasil em busca de soluções para entrar no mercado de venda online. Filatieri explica que não houve outra saída para esse momento a não ser a digitalização dos processos. “O comércio foi um dos grandes afetados pelas medidas sanitárias devido ao fechamento de serviços considerados não essenciais. A saída para muitos deles foi a implantação de delivery de produtos. E houve casos em que esse foi o primeiro contato dos empreendedores com a digitalização”.
Criatividade
Com o atual desafiador cenário no mercado de trabalho, destacam-se funcionários que possuem a capacidade de se antecipar aos problemas e trazer inovação. “Ler tendências e saber antecipar soluções é uma habilidade que pode ser aprendida e compartilhada. É por isso que aulas que despertam o pensamento criativo tendem a ser bastante buscadas pelos empreendedores”, comenta Filatieri.