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Essa govtech investiu R$ 30 milhões para criar uma IA que prevê de infartos até evasão escolar

A IPM Sistemas, de Santa Catarina, promete mais previsibilidade para gestão pública com o uso da inteligência artificial. Com a nova aposta em tecnologia, a govtech quer dobrar de tamanho

Da esquerda para a direita: Lúcia Mees, vice-presidente da IPM Sistemas, Ana Mees, Head de IA, e Aldo Mees, presidente da IPM (Divulgação)
André Lopes

Repórter

Publicado em 6 de fevereiro de 2024 às 11h46.

Última atualização em 7 de fevereiro de 2024 às 08h07.

Como seria a vida de uma pessoa se ela tivesse ao seu lado uma inteligência artificial (IA) capaz de antecipar o risco de um infarto e acidente vascular cerebral (AVC) com seis meses a um ano e meio de antecedência? Essa possibilidade, com tom bastante futurista, pode fazer parte da rotina de pacientes brasileiros do SUS por meio da Dara, uma IA da IPM Sistemas, empresa de Florianópolis, especializada em tecnologias para a gestão pública.

A Dara, já aprovada para uso pela Anvisa, tem a capacidade de ser multifunções e adaptável para cenários distintos, indo além da saúde, e atuando em toda a gestão pública. Ela é uma das inovações criadas a partir de um investimento de R$ 30 milhões da IPM para acelerar o uso de IA, principalmente, em governos municipais, que no portfólio da empresa já somam 850 cidades.

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Por trás da iniciativa, a vice-presidente Lúcia Mees, e Ana Mees, head de IA da IPM, cada uma responsável por uma parte do escopo de expansão do uso de IA na empresa.

Segundo Lúcia, com as soluções que já têm na praça, a empresa tem permitido a realização de 150 milhões de autoatendimentos por ano, resultando em uma economia significativa para os cofres públicos, estimada em cerca de US$ 6 bilhões.

"Do total investido, mais de R$ 5,5 milhões serão aplicados na aquisição de hardware de ponta, incluindo equipamentos e chips da NVIDIA e Dell, essenciais para o desenvolvimento e execução de projetos de IA", diz a vice-presidente.

A complementação do investimento será direcionada para a estruturação de links, espaço em data center, e demais tecnologias que suportem a operacionalização da infraestrutura criada.

Uma jornada de compreensão

Em uma das aplicações da IA Dara, ela foi treinada para atuar na administração dos recursos para a educação. Munida de milhões de parâmetros para criar uma resposta, a IA tem capacidade de analisar dados e sugerir, por exemplo, a melhor localização para a construção de novas escolas, ou identificar padrões que podem prever a evasão escolar antes mesmo que ela ocorra.

Essa abordagem proativa permite aos gestores públicos tomar decisões baseadas em dados, antecipando necessidades e alocando recursos de forma mais eficiente.

Mas explicar esse tipo de previsão pode ser um desafio. Em uma das apresentações de Ana Mees para possíveis clientes, ela apresentou a capacidade da IA de prever a desistência dos alunos.

Os gestores, por outro lado, entenderam que o software que teriam acesso traria um dado sobre o passado, o mesmo que eles já usavam por meio levantamentos tradicionais em planilhas.

O trabalho nessa apresentação foi mostrar que a IA estava além, e traria uma projeção com acerto próximo de 99% de qual estudante entraria para a estatística da evasão.

"A IA é capaz de oferecer projeções que superam a análise humana tradicional, e essa capacidade se torna, nesse início, uma barreira na hora de compreender o potencial da tecnologia", conta Ana.

Apostando que essa compreensão virá, a govtech prevê dobrar de tamanho nos próximos dois anos, saindo de uma oferta de serviços focada para os três estados do Sul do país para uma que atenda o Brasil todo.

A previsão ambiciosa, defende Lúcia, é a capacidade que a IA trará de adaptação regional, redução de custos e com foco no impacto social. Se der certo, um futuro no qual não só as big techs ganham com o uso da inteligência artificial.

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