Segundo a Constituição, substituição pode ser temporária, como em casos de viagens, problemas de saúde ou afastamentos programados (Leonardo Sá/Agência Senado/Flickr)
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Publicado em 23 de dezembro de 2024 às 10h38.
Em 19 de outubro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, de 79 anos, estava sentado em um banco para cortar suas unhas quando caiu e bateu a cabeça. Quase dois meses depois, ele sentiu dores no local e, após ser submetido a um exame de imagem, precisou passar por duas cirurgias em decorrência de uma hemorragia intracraniana.
Segundo os médicos que o acompanham, Lula agora se recupera bem, mas seu recente episódio de saúde reacendeu uma questão fundamental sobre o funcionamento da República: quem assume o comando do País quando o presidente está impedido de exercer suas funções?
A resposta está na Constituição Federal, que determina uma linha de sucessão para situações de impedimento temporário ou definitivo. Essa estrutura tem o objetivo de garantir a continuidade administrativa e política do Brasil, mesmo diante de imprevistos que afastem o chefe de Estado.
Conforme o Art. 79 da Constituição, o vice-presidente da República é o primeiro na linha de sucessão e assume automaticamente as funções do presidente em caso de ausência, independentemente do motivo. Atualmente, essa responsabilidade recai sobre Geraldo Alckmin, que já desempenhou o papel de presidente em diversas ocasiões durante viagens ou compromissos de Lula no exterior.
Caso o vice-presidente também esteja impedido, o Art. 80 da Constituição estabelece os próximos na linha de sucessão:
Essa ordem é acionada somente em casos de impedimento simultâneo do presidente e do vice.
A substituição pode ser temporária, como em casos de viagens, problemas de saúde ou afastamentos programados. Nesses cenários, o presidente mantém sua posição titular, e a substituição é meramente operacional.
Já em situações de afastamento definitivo – como renúncia, impeachment ou falecimento –, o vice-presidente assume o cargo em caráter permanente. Se os dois cargos ficarem vagos, a Constituição prevê a realização de novas eleições, que podem ser diretas ou indiretas, dependendo de quanto tempo falta para o fim do mandato.
O desenho institucional da linha de sucessão presidencial é um pilar da estabilidade democrática no Brasil. Ele assegura que, independentemente de quem ocupe os cargos de liderança, o governo continue funcionando, mantendo a ordem política e administrativa do País.