Xi Jinping (Michele Spatari/Getty Images)
Agência
Publicado em 21 de novembro de 2024 às 15h45.
Na última quarta-feira, 20, China e Brasil anunciaram a elevação de suas relações bilaterais para o nível de uma “comunidade com futuro compartilhado”. A decisão foi oficializada durante o encontro entre os presidentes Xi Jinping e Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília.
A visita de Xi Jinping ao Brasil ocorreu após sua participação na 19ª Cúpula do G20, no Rio de Janeiro. O presidente chinês destacou que, ao longo de cinco décadas, os dois países têm cultivado uma relação baseada em respeito mútuo e benefício recíproco.
Xi ressaltou o papel estratégico de China e Brasil como grandes nações em desenvolvimento, situadas em hemisférios distintos, na construção de uma agenda global mais inclusiva e equitativa. Ele reforçou que a parceria sino-brasileira serve como modelo de cooperação para o Sul Global, contribuindo para a paz e estabilidade mundial.
Durante o encontro, os dois líderes decidiram alinhar a Iniciativa do Cinturão e Rota (BRI) aos principais programas de desenvolvimento do Brasil, como o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A iniciativa também contempla esforços na reindustrialização e integração sul-americana, prioridades da agenda brasileira.
Xi Jinping classificou o momento como histórico, marcando uma nova fase nas relações sino-brasileiras, com impactos que transcendem os interesses regionais e prometem moldar o cenário global.
O fortalecimento do apoio mútuo em questões de soberania, segurança e integridade territorial foi um dos pontos centrais da reunião. Xi propôs intensificar trocas culturais, educacionais e de juventude, consolidando a base popular para a parceria.
Entre as áreas estratégicas de cooperação estão:
A China reafirmou seu compromisso com o programa Fome Zero e em apoiar iniciativas que promovam a inclusão e o desenvolvimento sustentável no Brasil. [Grifar] Essa colaboração reforça a parceria sino-brasileira como um exemplo de cooperação para o crescimento global.
Xi Jinping enfatizou a prática de um multilateralismo genuíno e destacou o papel do Brasil na presidência do BRICS em 2024. A China se comprometeu a apoiar a liderança brasileira, buscando aumentar a representatividade do grupo no cenário internacional.
Os dois líderes também discutiram conflitos globais, como a crise na Ucrânia e em Gaza, reafirmando o compromisso com soluções pacíficas. Xi mencionou o lançamento de um grupo de “Amigos da Paz” para mediar negociações, consolidando a liderança do Sul Global na busca por estabilidade.
“Essa parceria estratégica fortalece nossos países e cria novas oportunidades para um mundo mais justo e sustentável”, concluiu Lula, destacando a amizade e os valores compartilhados entre China e Brasil.