Repórter de Brasil e Economia
Publicado em 22 de novembro de 2024 às 21h35.
Última atualização em 22 de novembro de 2024 às 21h39.
A Pesquisa CNT de Rodovias 2024 revelou que nove das dez melhores rodovias do país estão no estado de São Paulo. O levantamento também destaca a predominância de rodovias sob concessão privada entre as bem avaliadas.
Divulgado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT), o estudo analisou 111.853 quilômetros de rodovias pavimentadas, sendo 67.835 quilômetros de trechos federais e 44.018 de trechos estaduais. As estradas foram classificadas de acordo com pavimento, sinalização e geometria, além de critérios como extensão e continuidade.
Entre as rodovias paulistas que lideram o ranking estão a SP-270, conhecida como Raposo Tavares, que conecta Presidente Epitácio a Ourinhos, e SP-099, chamada de Tamoios, entre São José dos Campos e Caraguatatuba. Já no Rio de Janeiro, a RJ-124, mais conhecida como Via Lagos, que liga Rio Bonito a São Pedro da Aldeia, é a única fora do estado paulista a integrar o grupo das melhores.
Na avaliação de toda extensão pesquisada, 7,5% das estradas são consideradas ótimas, 25,5% são boas, 40,4% são regulares, 20,8% são ruins e 5,8% são péssimas. A CNT aponta que o resultado indica uma pequena melhora na qualidade geral, demonstrando que o aumento de investimentos começa a apresentar resultados, quebrando, assim, a inflexão da curva.
A pesquisa mostra ainda que as rodovias sob gestão privada tem qualidade superior administradas pelo poder público. Entre as estradas concedidas, 63,1% foram avaliadas como “ótimas” ou “boas”, enquanto entre as rodovias públicas esse índice foi de apenas 22,7%. As estradas públicas correspondem por 74,8% da extensão avaliada pela pesquisa.
Outro dado relevante é a diminuição de pontos críticos – problemas como buracos e quedas de barreiras – em relação ao ano anterior. O total de ocorrências caiu 7,6%, passando de 2.648 em 2023 para 2.446 em 2024. A redução foi mais significativa nas rodovias federais sob gestão pública, com queda de 17,4%.
Embora o estudo tenha registrado avanços, a CNT estima que ainda são necessários R$ 99,7 bilhões em investimentos para reconstrução, restauração e manutenção do pavimento no país. Esse valor inclui, segundo a Confederação, intervenções para solucionar problemas estruturais e garantir maior durabilidade das vias.
Além dos ganhos em infraestrutura, rodovias de qualidade impactam diretamente a economia, reduzindo custos logísticos e promovendo maior eficiência no transporte de cargas e pessoas. A CNT reforça que o investimento em transporte é estratégico para o desenvolvimento econômico e social do Brasil.