VP global da Mastercard vê riscos, mas diz que cripto "sem dúvidas fará parte do nosso futuro"
Futuro vislumbrado pelo executivo para as finanças digitais inclui cripto e conectividade, mas também novos desafios de segurança; entenda
Repórter do Future of Money
Publicado em 19 de março de 2024 às 09h30.
Última atualização em 19 de março de 2024 às 09h46.
Nos últimos anos, a evolução da tecnologia foi responsável por mudanças significativas na forma como compramos, pagamos, investimos e lidamos com o dinheiro. Com uma realidade cada vez mais digitalizada das finanças e o impacto de tecnologias como blockchain, Pix, Open Finance, Drex, entre outros, a cibersegurança se tornou um dos principais desafios.
Johan Gerber, vice-presidente executivo global da Mastercard, revelou com exclusividade à EXAME suas previsões e opiniões sobre o tema. Com mais de 24 anos de experiência na área de cibersegurança da Mastercard, o executivo também já foi por dez anos um membro da polícia sul-africana.
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2,5 quintilhões de bytes por dia
“Claramente com tudo virando digital, o mundo está expandindo rapidamente. O número de dispositivos conectados ultrapassa bilhões, a quantidade de dados que geramos todos os dias... Acho que a última vez que soube, nós seres humanos geramos algo em torno de 2,5 quintilhões de bytes de dados em um único dia. Se olharmos para isso, podemos dizer que o risco está crescendo exponencialmente. Mas a parte legal disso é que com todo esse ecossistema digital e inteligência, nós temos pontos de dados que nos ajudam a gerenciar o risco de uma forma muito melhor”, disse Johan em entrevista exclusiva à EXAME.
Como será o futuro dos pagamentos?
Johan ainda discorreu sobre como imagina que será o futuro dos pagamentos, o qual classificou como “animador”:
“Hoje em dia eu posso pagar com um QR Code ou uma tarefa simples no meu celular. Eu posso vislumbrar um mundo em que eu vou pegar o meu carro, parar em uma cafeteria e eles já vão saber que estou indo para lá, qual é o meu pedido de sempre e eu vou chegar lá e tudo já estará pronto. Eu não vou precisar pegar a minha forma de pagamento mais, porque eles já vão estar conectados e eu só vou seguir com a minha vida”, disse ele.
“É o mundo que estou imaginando e é muito animador, mas também significa que do ponto de vista da cibersegurança, estaremos bem ocupados para garantir a segurança disso tudo”, acrescentou o executivo.
Como os criptoativos podem se encaixar nisso?
Conforme noticiado anteriormente pela EXAME, a Mastercard é uma das empresas que mais tem patentes em blockchain. Marcelo Tangioni, presidente da Mastercard no Brasil, afirmou que a empresa “acredita muito em moedas digitais” e citou a sua participação nos testes piloto do Drex, a nova moeda digital desenvolvida pelo Banco Central do Brasil.
Já em um aspecto global da gigante dos pagamentos, Johan Gerber revelou acreditar que as moedas digitais farão parte do futuro das finanças. “Não há dúvidas”, disse ele à EXAME. No entanto, a tecnologia ainda apresenta riscos de cibersegurança que precisarão ser olhados atentamente, principalmente no que tange a descentralização e regulação.
“Uma das nossas maiores preocupações em relação a cripto é que se você descentralizar tudo, ninguém será realmente responsável pela segurança. Onde eu acho que tem uma fricção é que os desenvolvedores originais das criptomoedas tinham essa ideia de descentralização completa. E eu acho que isso cria vulnerabilidades que impactam os nossos usuários comuns”, explicou Johan.
“Eu realmente acho que as moedas digitais serão parte do nosso futuro. Não há dúvidas. Já vi moedas digitais de bancos centrais serem implementadas em diversos países ao redor do mundo e acredito que isso é importante. Mas se você quiser estabelecer confiança nesse ecossistema, você vai precisar de regulação e padronização”, acrescentou o vice-presidente de cibersegurança da Mastercard.
Cenário brasileiro
Com novidades como o Pix e o Drex, o Brasil se posiciona na vanguarda da digitalização financeira. Além disso, o país tem adotado as criptomoedas como uma opção de investimento moderna e disruptiva. Nesse sentido, Johan revelou sua opinião em relação ao que tem observado para o cenário brasileiro:
“Sou um grande fã da inovação no Brasil, que é fantástica. Acho que o país resolve problemas da vida real usando tecnologia. Eles não se importam com o que o resto do mundo está fazendo, eles pensam ‘o que precisamos no Brasil?’ e apenas vão lá e fazem”, disse o executivo global da Mastercard.
“Mas de fato, a cibersegurança é um problema real no Brasil. Atrás apenas dos EUA, conforme os dados que observamos, o Brasil é o segundo país mais vulnerável a ataques no ponto de vista da cibersegurança em todo o mundo”, acrescentou.
“No lado negativo, também observamos ciberataques, fraudes e golpes originados no Brasil. Então é algo que acontece dos dois lados no país. A parte legal é que a indústria está muito conectada, ao contrário de outros países como os EUA que é bastante fragmentado, acredito que a indústria brasileira é muito mais colaborativa. Por exemplo, bancos se conectam para entender como podem resolver o problema de cibersegurança, o que é muito bom de se ver”, concluiu Johan Gerber, vice-presidente executivo de cibersegurança na Mastercard.
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