Banco Central anuncia início das operações com o Pix para 3 de novembro
BC anuncia "soft opening" do novo sistema de pagamentos para a próxima semana, com número restrito de usuários e horário de funcionamento
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 29 de outubro de 2020 às 11h04.
Última atualização em 11 de novembro de 2020 às 17h36.
O Banco Central do Brasil confirmou a inauguração do Pix, novo sistema de pagamentos da instituição, para o próximo dia 3 de novembro, em formato de teste e com restrições. O anúncio foi feito em coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (29).
O "soft opening" permitirá que os bancos e instituições financeiras habilitados a usar o sistema selecionem até 5% da sua base de clientes para testar o Pix. Somente este grupo reduzido de pessoas poderá fazer transferências durante o período de testes, que segue até o dia 15 de novembro, com aumento gradual de usuários do novo sistema a partir do dia 8, até a abertura total, marcada para o dia 16.
"Esta é uma etapa planejada desde o início, com restrições de tempo, de volume de clientes, para que haja tempo para os agentes arrumarem seus sistemas, para garantir que integrações e instituições estejam funcionando plenamente no dia 16, para ter certeza que todos terão capacidade e segurança para quando o Pix estiver funcionando normalmente", disse Carlos Eduardo Brandt, chefe-adjunto do departamento de operações bancárias e de pagamentos do BC.
O BC não vai interferir na escolha dos clientes que poderão utilizar o Pix durante a fase de testes. Essa responsabilidade caberá aos bancos e instituições financeiras, que poderão selecionar pessoas físicas ou jurídicas para utilizar o novo sistema antecipadamente. Somente as pessoas selecionadas poderão fazer transferências, mas qualquer um que tenha chaves cadastradas poderá receber dinheiro de alguém que tenha acesso ao sistema na fase de testes.
Ao contrário do que acontecerá quando o Pix estiver funcionando plenamente, a partir de 16 de novembro, na fase de testes haverá horário para a utilização do sistema — em geral entre 9h e 22h, com variações em alguns dias da semanas: às quintas-feiras, o horário se estende até à meia-noite, e às sextas o funcionamento é da meia-noite às 22h.
O funcionamento contínuo e ininterrupto é um dos atrativos do novo sistema, que ao contrário dos atuais Ted e Doc, poderá ser utilizado 24h por dia, sete dias por semana. Além disso, a ausência de taxas e a agilidade das transações fazem do Pix um sistema muito aguardado pelos brasileiros.
Para evitar golpes e fraudes, o Banco Central também dará às instituições financeiras um tempo maior para verificação das transações — na fase de testes, serão 30 minutos durante o horário bancário e 60 minutos durante a noite. Caso a instituição encontre divergências ou indícios de irregularidades, poderá rejeitar a transação.
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"Além disso, é importante que os clientes façam as transações com atenção, e isso vale para sempre, não só para a fase de testes. Ao fazer uma transação, o cliente deverá digitar a chave para onde pretende enviar dinheiro, e o banco ou instituição financeira mostrará uma tela de confirmação, com os dados da conta de destino. É muito importante que quem estiver fazendo a operação leia com atenção e faça isso com calma, para se certificar de que os dados estão corretos", disse Brandt.
O Banco Central não atualizou o número de chaves que já estão cadastradas no sistema, mas os números mais recentes indicam que já são mais de 50 milhões. Isso não significa, porém, que sejam 50 milhões de pessoas aptas a utilizar o sistema, já que cada um pode ter até 5 chaves diferentes.