Future of Money

Drex vai complementar, e não substituir, criptomoedas, diz CEO da Foxbit

Em entrevista à EXAME, líder de corretora de criptomoedas falou sobre participação no desenvolvimento da CBDC

Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Reprodução/Reprodução)

Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Reprodução/Reprodução)

João Pedro Malar
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 8 de novembro de 2023 às 15h10.

O desenvolvimento do Drex tem gerado uma série de especulações no mercado sobre qual será o futuro, e o papel, da versão digital do real na economia. Entretanto, a expectativa não é que ele acabe substituindo as criptomoedas. É o que avalia Ricardo Dantas, CEO da Foxbit, em entrevista exclusiva à EXAME como parte do Especial: Real Digital.

Atualmente, a Foxbit é uma das poucas empresas nativas do mundo cripto que participam dos testes com o piloto da moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) do Brasil, trazendo uma perspectiva diferente para o projeto. Exatamente por isso, Dantas acredita que a moeda digital virá para complementar, e não substituir, as criptomoedas.

Nesse sentido, é importante lembrar que o Drex não é uma criptomoeda, por mais que os dois tipos de moedas envolvam a chamada tecnologia de registro distribuído, ou DLT, que é a base das redes blockchain do mundo cripto. Por outro lado, o Banco Central tem, cada vez mais, definindo o Drex como uma nova plataforma para o mercado.

Piloto do Drex

Dantas ressaltas que “seja qual for o setor, toda inovação é desafiadora, porque impacta no rompimento com modelos anteriormente estabelecidos e a adoção do desconhecido”. E isso não tem sido diferente com o piloto da CBDC, que está servindo para testar toda a infraestrutura e aspectos técnicos do projeto.

“No entanto, essas mudanças são naturais e necessárias e demonstram a sua evolução. Nesta perspectiva, observa-se, positivamente, um amadurecimento no mercado e o despertar do interesse institucional” sobre o tema, avalia o CEO da Foxbit.

Na visão do executivo, “a criação do Drex é um marco na evolução financeira do Brasil, sendo a tokenização a grande força motriz desse desenvolvimento”. A tokenização é o processo de migração de ativos tradicionais para redes blockchains, se tornando uma das mais promissoras tendências no mercado atualmente.

“Além do incremento em eficiência, essa tecnologia é responsável por transações mais seguras e transparentes e revela um potencial de estabelecer novas formas de transacionar diferentes ativos além da moeda nacional, como títulos, veículos e imóveis. O cenário que está sendo delineado, impulsionado pelo próprio Banco Central, coloca o Brasil à frente internacionalmente em termos de tecnologia financeira”, opina Dantas.

  • Aproveite todas as possibilidades do mundo cripto. A Mynt ajuda você a explorar o melhor do mercado com segurança e diversidade de criptomoedas. Clique aqui para abrir sua conta.

Drex e criptomoedas

Para o CEO, a CBDC brasileira é muito mais que uma moeda digital, representando, na prática, “uma plataforma desenvolvida pelo Banco Central do Brasil que promete revolucionar o Sistema Financeiro Nacional, migrando o atual modelo tradicional para uma estrutura tokenizada”.

“A nova tecnologia desenvolvida não tem o objetivo de competir com o mercado de criptoativos, ao contrário, ela promete ser complementar a ele. A adoção da tecnologia blockchain vai permitir que vários tipos de transações financeiras seguras com ativos digitais e contratos inteligentes estejam disponíveis de forma mais simplificada à população”, projeta Dantas.

E, nesse processo, a Foxbit tem buscado se posicionar para contribuir no desenvolvimento do Drex em busca desse caráter complementar: “É relevante e sadio haver uma pluralidade de envolvidos em um movimento tão marcante no cenário econômico”. “Vive-se um momento único, de institucionalização das operações com criptomoedas e adoção do blockchain em diversas áreas. Observando esse dinamismo, a Foxbit desempenha um papel pontual no desenvolvimento dessas infraestruturas tecnológicas”.

Este conteúdo é parte do "Especial: Real Digital", que tem apoio da Mynt e patrocínio de Aarin Tech-Fin e Febraban. Para saber mais e acompanhar todos os conteúdos exclusivos com quem mais entender de Drex no Brasil, acesse a página do evento na EXAME clicando aqui

Acompanhe tudo sobre:CriptomoedasDrex (Real Digital)Especial: Real Digital

Mais de Future of Money

Lei de Inovação Financeira e Tecnologia para o Século 21: o que é e quais os impactos?

A revolução dos ativos digitais: uma análise das recentes mudanças no mercado de criptomoedas

Gigantes de Wall Street "financiam a poluição do bitcoin", diz Greenpeace

Projeto de lei para eliminar banco central nos EUA foi inspirado no bitcoin

Mais na Exame