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Desenvolvedores brasileiros propõem alternativa à urna eletrônica e vencem desafio de hackers

Hackathon durante evento de desenvolvedores focado em Ethereum selecionou projeto brasileiro sobre eleições como vencedor

Eleições podem ser descentralizadas através de solução da NFTFY (Reprodução/Agência Brasil)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 20 de outubro de 2022 às 12h25.

Última atualização em 20 de outubro de 2022 às 14h17.

Entre os dias 7 e 9 de outubro ocorreu a ETH Bogotá, conferência focada em desenvolvedores da Ethereum, o segundo maior blockchain do mundo. Sediado na Colômbia, o evento realizou uma série de desafios para o desenvolvimento de soluções práticas com blockchain. Entre os vencedores de um dos hackathons esteve a NFTFY, startup brasileira que atua no setor de tokens não fungíveis ( NFTs ) com a sua fracionalização.

Chamado de ZK Vote, o projeto dos desenvolvedores da NFTFY propõe uma alternativa para a urna eletrônica brasileira. Com a solução, as eleições poderiam ser realizadas de maneira descentralizada através do blockchain.

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Por meio do blockchain, um emissor era criado e funciona como uma espécie de título de eleitor. Assim, o eleitor poderia se conectar à aplicação e votar. Uma vez que isso for feito, uma transação é registrada no blockchain usando um algoritmo que valida o voto, mas não identifica de quem foi o voto ou em quem, a fim de evitar crimes eleitorais.

-(Mynt/Divulgação)

Isso se tornou possível graças à tecnologia da Polygon ID, utilizada pela equipe. A Polygon ID é uma tecnologia de identificação descentralizada baseada em blockchain e prova de conhecimento zero, que  também foi responsável pela realização do desafio, conhecido popularmente como “hackathon”.

“A participação em competições como essas são de extrema importância para o desenvolvimento de tecnologias que evoluem o mundo cripto. A própria NFTFY surgiu de um momento como esse”, contou Leonardo Carvalho, CEO e cofundador da NFTFY.

Segundo a equipe de desenvolvedores da NFTFY, ainda foi utilizada a tecnologia de Zero Knowledge Proof, ou prova de conhecimento zero, que permite comprovação de votos sem especificar em quem cada um dos participantes votou.

A prova de conhecimento zero é um método pelo qual uma parte pode provar à outra parte que uma determinada afirmação é verdadeira, sem transmitir qualquer informação além desse fato, explicou a NFTFY em um comunicado.

“Acredito que o desenvolvimento de uma tecnologia que permite eleições descentralizadas é algo muito interessante para ser levantado já que explora uma de várias possibilidades da blockchain como ferramenta que vai muito além do que apenas criptomoedas”, disse Leonardo Carvalho.

Em meio à época de eleições no Brasil, o projeto teve destaque justamente por trazer a questão da descentralização para a votação, que possui extrema importância para o exercício de cidadania.

A urna eletrônica é confiável?

Apesar de se apresentar como uma alternativa à urna eletrônica brasileira, o projeto não configura crítica ao equipamento escolhido pelo Tribunal Superior Eleitoral para computar os votos dos brasileiros.

Utilizada no Brasil desde 1996, a urna eletrônica foi desenvolvida para a necessidade do brasileiro, segundo informações do TSE. O equipamento utiliza dados biométricos e codificados para computar os votos de forma que não seja possível verificar quem votou em qual candidato, evitando uma série de crimes eleitorais.

Mesmo que funcione por método digital, a urna eletrônica não possui conexão com qualquer tipo de rede de computador e não pode sofrer ataques cibernéticos. O equipamento já foi colocado à prova em uma série de desafios de hackers, segundo o TSE.

Outros projetos da NFTFY

Além do ZK Vote, a NFTFY também participou e foi ganhadora do hackathon promovido pela SSV.Network na ETH Bogotá deste ano.

Os desenvolvedores participantes seguiram com a ideia de promover o projeto Ethereum Stacked Together. Trata-se de um protocolo que viabilizava pools de validadores da Ethereum que tinha como grande diferencial o aumento do número de participantes em uma validação.

Assim, a tecnologia desenvolvida permitia entrar em uma Pool compartilhada até juntar 32 Ethers e depois criar um validador com uma rede de máquinas a partir de 4. Em resumo, era possível criar SSV secret share validator, trazendo mais acessibilidade para acúmulo de dinheiro e mais segurança uma vez que, consegue aumentar o número de validadores.

Além disso, a startup foi selecionada para o programa de aceleração da Fenasbac, instituição que coordena o LIFT Challenge, do Banco Central, e conta com o suporte institucional dos fundos Consensys Mesh, Filecoin, Tachyon by Consensys Ventures e Protocol Labs.

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