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Com equipamento portátil, jovem viraliza ao minerar bitcoin em cafeteria

Apesar de barato, equipamento é pouco (ou nada) rentável, mas pode ser uma forma interessante de aprender sobre a tecnologia por trás dos criptoativos

Idan Adaba (Idan Adaba/Divulgação)
GR

Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 28 de julho de 2021 às 18h31.

Com a popularização do mercado e a alta no preço dos criptoativos, está cada vez mais difícil minerar bitcoin. Como a recompensa é hoje valiosa, grandes empresas investem centenas de milhões de dólares em instalações modernas e poderosas e acabam ficando com quase todo o valor distribuído pela rede. Quase.

Idan Adaba ficou famoso graças a uma publicação nas redes sociais em que tenta mostrar que a mineração de bitcoin não é só para profissionais. Em um vídeo publicado no TikTok, ele leva um equipamento portátil e barato para minerar bitcoin em uma loja da rede Starbucks, que oferece tomadas para os clientes usarem seus notebooks.

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Diferente das empresas de mineração de bitcoin, que possuem grandes galpões com centenas ou milhares de equipamentos de última geração, como unidades de processamento gráfico que chegam a custar o preço de um automóvel zero quilômetro, Adaba utiliza um hub USB com 20 chips de mineração ASIC da Bitmain e um cooler.

"É um dos equipamentos de mineração mais fáceis de montar e rodar, porque tudo o que você precisa é de um computador ou laptop", disse, ao canal de televisão CNBC. "Ele é alimentado por USB, e é meio que isso. Qualquer um pode se tornar um minerador e ser parte do mundo cripto".

Segundo ele, o equipamento utilizado no vídeo, que já tem mais de 2,6 milhões de visualizações, é chamado de NewPac e custa 875 dólares, ou cerca de 4.500 reais.

O NewPac foi criado por uma empresa dos EUA, chamada GekkoScience, com equipamentos comprados de uma mineradora chinesa que encerrou as atividades e foram redesenhados para uma mineração caseira. "Não é barulhento, então você pode rodar na sua mesa", diz Adaba. "Na mineração industrial, você precisa de um galpão, linhas de transmissão de energia, resfriamento, um monte de coisas. Se você tentar rodar uma máquina dessas na sua casa, vai ser tão barulhento que ninguém vai conseguir dormir".

O silêncio, o baixo custo e o tamanho, claro, também impactam nos ganhos, e o próprio Adaba afirma que o equipamento não é uma fonte de receita, mas uma forma de participar da inovação promovida pelo bitcoin e pelos criptoativos de forma geral. "É muito difícil ter lucro, a não ser com eletricidade grátis". Nem mesmo a energia fornecida pelo Starbucks resolve esse problema, já que para obter valor minimamente significativo é preciso deixar o equipamento ligado 24 horas por dia. O vídeo, claro, é uma brincadeira e uma forma de autopromoção.

"Mineradores USB como esse podem ser atrativos para pessoas que não pagam por eletricidade. Talvez jovens em espaços públicos, alojamentos escolares, prédios com conta de energia coletiva, funcionários que usam energia no seu local de trabalho...", comenta Brandon Arvanaghi, que é engenheiro de mineração de bitcoin. "Os mineradores USB são muito menos eficientes do que um ASIC tradicional".

Adaba diz que o seu NewPac pessoal rende 0,0002478 bitcoin por mês - equivalente a cerca de 10 dólares (51 reais), provavelmente menos do que o custo com energia para deixar o equipamento rodando o dia todo. Isso, entretanto, não desanima o americano: “Eu agora me dedico a ensinar e ajudar iniciantes ao redor do mundo a minerar criptomoedas em suas próprias casas”, disse ele.

Pode não ser um investimento rentável, mas é uma oportunidade de conhecer mais a fundo e em detalhes como a tecnologia e o mercado de criptoativos funcionam.

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