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Campos Neto diz que CBDC brasileira não substituirá o real físico

Real digital será uma extensão da moeda física e não vai substituir as notas de reais, declarou Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central do Brasil

(metamorworks/Getty Images)
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Lucas Josa

Publicado em 26 de maio de 2021 às 16h35.

Última atualização em 26 de maio de 2021 às 17h07.

Embora o presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, tenha dito no passado que uma possível emissão de CBDC para o país significaria uma substituição gradual do dinheiro físico, não é isso que deve ocorrer de acordo com suas novas declarações.

Durante um evento promovido pela empresa de private equity EB Capital, nesta segunda-feira, 24, Campos Neto declarou que o real digital, em estudo de implementação pelo BC, será mais adequado a operações envolvendo 'contratos digitais` e não como uma moeda circulante em substituição ao dinheiro físico.

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Assim, segundo Campo Neto, não será possível que todos os brasileiros convertam suas notas físicas de reais na versão digital da moeda.

"Se ela é uma extensão da moeda física, e pode ser convertida no mesmo valor, ao mesmo tempo, você teria de abrir uma conversão total. Ou seja, se toda a sociedade demandasse trocar toda moeda física pela eletrônica, ela poderia. Isso, obviamente, não pode, porque geraria enorme problema para os bancos, que sofreriam com a parte do multiplicador bancário."

Ainda segundo o presidente do BC, existem ainda muitos questionamentos sobre a emissão de um CBDC, contudo, destacou que a instituição vem construindo os pilares deste dinheiro do futuro.

"Existem várias perguntas que não são respondidas nesse mundo, ainda, e a gente está avançando, mas acho que o primeiro passo foi dado, que é entender quais são os pilares da moeda digital do futuro", pontuou.

O futuro

Campos Neto frisou ainda que a proposta do BC é que a moeda digital funcione como uma extensão do real.

Ela será distribuída ao público pelos bancos e fintechs, que terão a custódia do ativo, mas será 100% garantida pelo BC e não será remunerada — as instituições não poderão usar esses recursos para aplicações ou empréstimos, como acontece com o real.

"Como vão ser as trocas, as negociações no futuro? Em algum momento, esse movimento de 'tokenização', ou seja, transformar títulos em códigos numéricos e ser negociado via plataforma de blockchain, a gente entende que é um 'network', que, independentemente de as pessoas gostarem ou não da criptomoeda, o 'network' em si é muito proveitoso, eficiente", disse Campos Neto.

O presidente do BC declarou ainda que o futuro reservará um grande ecossistema de contratos inteligentes, hoje operacionalizados com criptomoedas, e que serão posteriormente, operados com o real digital.

"E a gente vai viver em algum momento, eu acho que em breve, uma abundância de 'smart contracts', que são contratos digitais. E aí a moeda digital, ela se encaixa melhor com contrato digital do que a moeda física", acrescentou.

porCointelegraph Brasil

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