Blockchain e DLTs

Empresa lança plataforma para combater falsificações com uso de blockchain

Para CEO da Yaliyomo, blockchain é a tecnologia de dados mais segura disponível e deve substituir sistemas atuais: "É inevitável", disse

 (Frank Lee/Getty Images)

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Gabriel Rubinsteinn

Publicado em 15 de janeiro de 2021 às 18h01.

O mercado de falsificações é uma das maiores fontes de receita do crime organizado no mundo. São mais de $250 bilhões de dólares movimentados por ano e outras centenas de bilhões entre impostos que não são arrecadados, empregos perdidos e outros reflexos deste mercado clandestino. Para uma empresa alemã, a solução para esse problema pode estar na tecnologia blockchain.

Chamada Yaliyomo, a companhia baseada na cidade de Colônia, na Alemanha, desenvolveu a plataforma "Y Platform", cujo objetivo é combater a pirataria na indústria do mercado de luxo, que, segundo a empresa, equivale algo entre 60 e 70% do mercado legal desse tipo de produto. Para fazer isso, a empresa pretende usar a tecnologia blockchain para rastrear toda a cadeia de produção.

"Examinamos as aplicações práticas da tecnologia blockchain, para além do que as pessoas atualmente conhecem, de ser uma ferramenta ligada aos criptoativos. Existem muito mais aplicações", disse o CEO da Yaliyomo, Nihat Arkan, em entrevista ao site Mobile Payments Today.

"Existem duas vantagens no uso da tecnologia blockchain. Primeiro, é a tecnologia de dados mais segura disponível e, ao mesmo tempo, dá aos consumidores e varejistas a propriedade compartilhada de seu conteúdo. Esse é um recurso único e realmente importante, pois é fundamental para como o blockchain pode ajudar a construir a confiança entre vendedor e comprador. Também ajuda muito as empresas a gerenciar a conformidade de dados" prosseguiu o executivo.

"O segundo motivo — e isso é crítico para qualquer negócio com uma cadeia de suprimentos — é que o blockchain oferece a capacidade de manter um 'histórico' de dados, pois impede que dados antigos sejam excluídos. Quando uma informação no banco de dados é alterada, em vez de sobrescrever, como acontece atualmente, uma cópia é feita. O proprietário dos dados pode rastrear todas essas cópias até o original. Esse tipo de usabilidade não está disponível em nenhuma outra tecnologia ou processo no mercado", explicou.

Segundo Nihat, a tecnologia blockchain da Y Platform permite confirmar a autenticidade de qualquer produto disponível no mercado, o que pode evitar que lojistas ou consumidores compre algum item falso sem saber. Isso, por consequência, tende a eliminar esse comércio, de produtos falsos sendo vendidos como se fossem originais.

De acordo com ele, a tecnologia também pode favorecer a relação das marcas com os consumidores, já que esses poderão ter acesso a toda cadeia de produção dos itens, o que pode ser facilitar questões como posicionamento de merca, publicidade e relacionamento pós-venda.

"Existe uma sensação de que blockchain é 'aquela coisa de cripto', ainda não é algo bem compreendido pela maioria das pessoas. Acredito que em até cinco anos veremos o uso da blockchain de forma bastante convencional, usada por negócios e governos. O blockchain pode ajudar com alguns dos maiores problemas atuais, onde transparência e segurança são essenciais. A tecnologia DLT vai substituir a maioria das plataformas de gravação e distribuição de dados atual. É inevitável. A tecnologia já existe e as vantagens dela são óbvias", completou.

O uso da tecnologia DLT — sigla para "Distributed Ledger Technology", ou algo como "Tecnologia de Livros-Razão Distribuído", em português —, que é a tecnologia de todos os blockchains, já vem sendo utilizado por diversos setores para aplicações que nada tem a ver com criptoativos.

A IBM tem parcerias em diversas áreas para projetos do tipo, incluindo rastreamento de cadeia de suprimentos de petróleo e alimentos. Recentemente, produtores de cana-de-açúcar da Paraíba também lançaram sistema para controlar sua produção com o uso da tecnologia. A Y Platforms, por sua vez, é a primeira a oferecer uma solução simples e pronta para ser utilizada por empresas do mercado de luxo.

No curso "Decifrando as Criptomoedas" da EXAME Academy, Nicholas Sacchi, head de criptoativos da Exame, mergulha no universo de criptoativos, com o objetivo de desmistificar e trazer clareza sobre o funcionamento. O especialista usa como exemplo o jogo Monopoly para mostrar quem são as empresas que estão atentas a essa tecnologia, além de ensinar como comprar criptoativos. Confira.

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