China proibe importação Alemanha suínos (Paulo Whitaker/Reuters)
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 7 de dezembro de 2020 às 15h56.
Última atualização em 7 de dezembro de 2020 às 16h00.
Um sistema de monitoramento da cadeia de produção dos alimentos, baseado em blockchain, ajudou a China a identificar a presença de Covid-19 em carnes importadas do Brasil, segundo informou a agência de notícias oficial do país, a Xinhua.
Assim, por meio do uso da tecnologia blockchain, autoridades da cidade de Yuhuan, que fica no leste do país e bem próxima a Xangai, detectaram traços do novo coronavírus em uma amostra de carne suína importada do Brasil.
A amostra foi coletada em uma barraca de um mercado local e tem como origem um lote de carne suína congelada que entrou na China pelo porto de Yangshan, em Xangai, e acabou testando positivo para Covid-19, segundo o centro municipal de prevenção e controle de doenças de Yuhuan.
Com a detecção de traços de Covid-19 nas embalagens da carne brasileira, o Ministério da Agricultura do Brasil deve ser notificados pelas agências estatais chinesas. Ainda não há informações sobre uma possível suspensão da importação.
A província de Zhejiang lançou em junho deste ano o Zhelenglian, um sistema de rastreabilidade de segurança alimentar de cadeia de produtos frios, para conter justamente a disseminação do novo coronavírus.
O sistema, desenvolvido pela Ant Financial, um braço da Alibaba, é baseado na tecnologia blockchain e foi o primeiro deste tipo a ser desenvolvido na China.
Assim, desde o seu lançamento, ele está sendo usado para rastrear todas as informações de produtos crus importados.
Desta forma, no Zhelenglian, desde o fornecimento até o consumo, incluindo o país exportador, número do lote, certificado de origem, data de fabricação e prazo de validade são registrados em blockchain.
Os produtos recebem um código contendo suas informações nas empresas importadoras de alimentos ou no atacado agrícola.
As informações são renovada sempre que um novo 'parceiro' entra no ecossistema de distribuição ao consumidor, como quando os alimentos seguem para supermercados ou restaurantes.
E, no final, o consumidor pode escanear o código e verificar todas as informações no momento da compra dos produtos.
Embora a província de Zhejiang tenha usado um sistema em blockchain desenvolvido pela Alibaba a blockchain da VeChain também vem sendo usada na China para rastrear a origem de produtos.
Assim, também em junho, a VeChain anunciou uma parceria com a China Shenzhen Yuhongtai Foods Company para permitir que a região de Shenzhen rastreie produtos suínos distribuídos pela subsidiária do varejista, Meijiada Fresh Foods.
A parceria, que já está em andamento, traz informações detalhadas sobre como a carne suína vendida pela Meijiada foi criada e seu rumo aos supermercados, com os produtos de carne in natura vendidos pela rede obrigados a serem vendidos no mesmo dia da colheita.
Os produtos não vendidos são “sistematicamente coletados e processados e não serão vendidos no dia seguinte”.
Para isso a Meijada usa o ToolChain e o blockchain da VeChain para fornecer dados detalhados sobre a origem, processamento e informações de logística em torno da carne produzida pelo varejista chinês.