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Apesar de apoiar atualização da Ethereum, Binance diz que pode listar e distribuir tokens "rivais"

Atualização mais importante do 2º maior blockchain do mundo divide opiniões e pode gerar novas criptomoedas, oriundas de bifurcações na rede chamadas de “forks”

A Binance anunciou que pode listar e distribuir tokens "concorrentes" da Ethereum após atualização (Reprodução/Unsplash)
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Mariana Maria Silva

Publicado em 25 de agosto de 2022 às 16h47.

Última atualização em 25 de agosto de 2022 às 16h52.

A Binance, maior corretora de criptomoedas do mundo em valor de mercado, anunciou nesta quinta-feira, 25, qual a posição adotará quanto à The Merge. “A Fusão” em português, será a atualização mais importante da Ethereum até agora. De acordo com um comunicado, a Binance revelou que irá listar outros tokens criados de bifurcações da rede, caso estas sejam criadas por aqueles insatisfeitos com a mudança.

Planejada há alguns anos, a atualização da Ethereum que pretende modificar a forma como as transações da rede são validadas e gerar uma economia de até 99% de energia elétrica será ativada no próximo 6 de setembro.

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-(Mynt/Divulgação)

Chamada de “The Merge”, o nome se dá por conta da forma como a mudança será feita: a Mainnet, rede principal da Ethereum, irá se fundir à Beacon Chain, que já utiliza o mecanismo de prova de participação desde 2020.

A prova de participação é um método para validar transações que elimina a necessidade de mineração, e assim, o consumo de energia elétrica por parte de computadores superpotentes. Ao invés do poder computacional, os validadores da rede são selecionados a partir da quantidade de ether com movimentação bloqueada na rede, um processo chamado de staking. Quanto mais unidades de ether em staking, maior a chance de um investidor ser selecionado para validar transações da Ethereum e ganhar recompensas por isso.

Apesar de ser apoiada pela maioria dos projetos e grandes empresas, a The Merge ainda divide opiniões no universo cripto. Grandes players do setor como a Binance precisam se posicionar sobre como vão proceder quando a atualização chegar, já que possuem milhões de clientes que investem na criptomoeda.

Um dos receios dos apoiadores da The Merge, incluindo o criador da Ethereum, Vitalik Buterin, é que a atualização não seja bem recebida pelo mercado e com isso, sejam criadas bifurcações da rede que mantenham o mecanismo da prova de trabalho (PoW). Buterin chegou a recomendar o uso da rede Ethereum Classic ao invés da criação de uma nova bifurcação.

Pensando em um cenário em que bifurcações sejam criadas após a conclusão da atualização, que deve ocorrer por volta de 15 de setembro, a Binance anunciou que listará os tokens gerados pelo processo, mas irá manter o ticker “ETH” para o token da rede principal da Ethereum.

No entanto, os tokens oriundos de bifurcações precisarão passar pelo mesmo processo rigoroso de revisão que a Binance aplica para qualquer outra moeda ou token listada em sua plataforma, de acordo com o comunicado.

Pelo fato de ser uma corretora em que muitos investidores mantém suas criptomoedas ao invés de enviá-las para carteiras digitais de custódia própria, a Binance ficará responsável pela distribuição dos tokens, tanto de ether da rede principal, quanto de outras possíveis bifurcações.

“Vamo creditar às contas Binance dos usuários o token bifurcado na proporção de 1:1, com base no instantâneo dos saldos de ETH antes da atualização da fase de execução de Paris”, afirma o comunicado. A fase “Paris” será a última da “The Merge”, prevista para ser implementada entre o dia 10 e 20 de setembro.

Ainda não é possível afirmar se de fato novas bifurcações irão ocorrer, mas o mercado se prepara para todas as possibilidades. A Chainlink, por exemplo, já anunciou que oferecerá suporte apenas para a rede principal da Ethereum em seu serviço de oráculos descentralizados.

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