Análise: bitcoin pode reagir apoiado por política monetária dos EUA
Após o anúncio do aumento das taxas de juros nos Estados Unidos, o mercado cripto reage e demonstra sensível às políticas monetárias do país
Mariana Maria Silva
Publicado em 5 de maio de 2022 às 12h08.
Última atualização em 6 de maio de 2022 às 09h41.
Por Lucas Costa*
O bitcoin tem uma semana com volatilidade intensa, com os mercados globais reagindo bem ao discurso do banco central norte-americano, com tom considerado um pouco mais brando da política de continuidade de elevação da taxa de juros. A ação no preço do bitcoin tem se mostrado bastante sensível à curva de juros dos EUA, uma vez que muitos investidores ainda o consideram um ativo com risco mais alto e preferem os títulos de renda fixa de menor risco.
O gráfico diário do bitcoin mostra ferramenta de Fibonacci conectando o fundo em US$32,837 e topo em US$48.240. Seguimos acompanhando a região para determinação dos próximos suportes e resistências, sendo que os vendedores têm mais incentivo em atuar entre US$42.451 e US$45.956. A ponta compradora tem suportes em US$32.840 e US$35,550.
O gráfico de 4 horas tem uma figura de cunha (linha pontilhada) – topos descendentes e fundos levemente descendentes, indicando movimento de contração da volatilidade. O rompimento de algum dos extremos da figura sinaliza expansão de movimento e melhor definição de cenário. Seguimos acompanhando a projeção de cenário do último artigo, com aumento de probabilidade do teste da média móvel de 200 períodos nesse período em US$41.000, caso o preço continue acima da resistência da figura citada.
As setas em azul e vermelho mostram cenários táticos para os próximos dias. Sustentamos que o longo prazo ainda tem incerteza, sempre lembrando que frustrações de movimento são sinais técnicos importantes. O bitcoin está bastante ligado à economia global e com uma correlação positiva com o S&P 500.
O gráfico compara a performance do bitcoin e do S&P 500, mostrando movimentos similares no curto prazo, ressaltando uma percepção de maior risco no principal criptoativo. A segunda parte tem uma comparação do spread (diferença de preço) entre o bitcoin e o principal índice, que sinaliza momentos de descolamento e aproximação entre os dois.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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