Time turco deixa liga por falta de condições psicológicas e estruturais após terremoto
Federação local não disse se equipes que desistirem serão automaticamente rebaixadas
Agência O Globo
Publicado em 9 de fevereiro de 2023 às 18h23.
Com sede em cidade que foi epicentro de terremoto que deixou, até o momento, mais de 19 mil mortos na Turquia e na Síria, o Hatayspor anunciou que deixará o campeonato turco por não ter, no momento, condições tanto estruturais como psicológicas para seguir na disputa do torneio.
Até o momento, todos os jogos que seriam disputados pela competição foram adiados, mas ainda sem data definida para serem realizados. Atualmente, o Hatayspor ocupa a 14ª posição do torneio, com 23 pontos, um a mais que o Kasimpasa, 17ª e já na zona de rebaixamento.
“ Recebi hoje uma carta endereçada pelo clube informando que não irão participar de mais jogos nesta temporada. Se o Gaziantepspor também apresentar a desistência, vamos continuar com 17 equipes. Vamos pensar se contabilizaremos os pontos dos jogos com estas equipes, se os anulamos ou damos três pontos a todos os adversários ”, disse Mehmet Buyukeski, presidente da federação de futebol da Turquia, sem adiantar se as equipes que desistirem serão automaticamente rebaixadas.
No momento, ainda há vários jogadores, dirigentes e membros do ‘staff’ do Hatayspor desaparecidos sob os escombros. A esperança de encontrar mais sobreviventes é cada vez menor nas zonas afetadas pelo terremoto da última segunda-feira, um dos mais potentes em décadas na região, que provocou mais de 19 mil mortes, sendo 16.546 na Turquia e 3.317 na Síria.
As temperaturas abaixo de zero agravam a situação dos sobreviventes e dificultam o trabalho desesperado das equipes de emergência.
Mais de 72 horas após o terremoto, o período com mais possibilidades de encontrar sobreviventes, as autoridades temem um aumento dramático do número de vítimas devido ao elevado número de pessoas que, calculam, continuam presas nos escombros.
Após o choque inicial, o descontentamento é cada vez maior entre a população com a resposta das autoridades ao terremoto que, segundo admitiu o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, teve "deficiências".