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Final do Brasileirão bate recorde com maior público da história do futebol feminino

Partida entre Internacional e Corinthians reuniu 36.330 torcedores no estádio Beira-Rio, em Porto Alegre (RS)

Foram arrecadadas 27 toneladas de alimentos para serem doadas a instituições de caridade (CBF/Cris Mattos/Reprodução)
AO

Agência O Globo

Publicado em 18 de setembro de 2022 às 15h32.

Última atualização em 18 de setembro de 2022 às 15h33.

Muito além das quatro linhas, o primeiro jogo da final do Campeonato Brasileiro feminino de futebol entrou para a história. O Beira-Rio registrou 36330 torcedores em suas arquibancadas, o recorde em uma partida de futebol entre as mulheres no Brasil. Em campo, o Internacional ficou no empate com o Corinthians, por 1 a 1, gols de Millene, para as coloradas, e Jheniffer, para as paulistas.

Durane a semana, já havia a expectativa de que a marca seria quebrada. Tanto que os corinthianos se preparam para lotar a Neo Química Arena no jogo da volta e atualizar o recorde ainda em 2022. O que aconteceria em campo, entretanto, era uma incógnita: favoritas, as corinthianas nunca haviam enfrentado as Gurias Coloradas em um mata-mata.

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O empate foi amargo para os colorados, mas não é nada de novo: o Internacional não venceu no Beira-Rio nas quartas e nas semifinais, mas chegou até a decisão. Também por isso que Duda, a melhor jogadora em campo no primeiro jogo da final, ainda acredita no título.

"Sabia que seria difícil, a torcida maravilhosa nos apoiou do início ao fim. O resultado foi digno do jogo, mostramos porque o inter chegou até aqui, vamos trabalhar e se Deus quiser buscar o título lá", disse na saída de campo.

Até mesmo o lado rival reconheceu a importância e o tamanho do momento vivido em Porto Alegre. Autora do gol do Corinthians e ex-jogadora do Inter, Jeniffer destacou o recorde batido.

"É uma representatividade muito grande esse recorde de público. Parabéns ao Internacional e a torcida maravilhosa que hoje fez história. Importante marcar gol, mas o mais importante é estar em mais uma final. Agora é manter os pés no chão e vencer em São Paulo", declarou Jheniffer na saída de campo.

Como foi o jogo

A partida começou em ritmo acelerado, com o Corinthians, embora fora de casa, controlando as ações, principalmente pelo lado esquerdo, com Tamires e Adriana. O time paulista tentava chegar ao gol colorado com investidas em jogo mais direto, seja por baixo, com construção desde a zaga, com Tarciane, ou mesmo pelo alto.

Em alta intensidade, o jogo fez história mesmo com o 0 a 0 parcial. Aos 10 minutos de jogo, o Beira-Rio já registrava 31 mil pessoas, o maior público da história do futebol feminino no Brasil. Além disso, 27 toneladas de alimentos, que serão doados a instituições de caridade, foram arrecadadas pelos colorados.

O Beira-Rio lotado rapidamente começou a fazer a diferença, e aos oito, Duda, a melhor em campo pelo Internacional, obrigou Lelê a fazer linda defesa para evitar o primeiro gol do time da casa.

A jogada fez as Gurias Coloradas crescerem no jogo. Empolgadas pela torcida, elas começaram a pressionar. Aos 12, Millene quase abriu o placar, e logo na sequência, Duda acertou a trave em um foguete de fora da área.

Embora tenham diminuído a intensidade, as coloradas eram superiores, até que aos 31, conseguiram transformar o controle do jogo em gol: Duda fez linda jogada pela direita, invadiu a área e cruzou para Millene, que girou e bateu para explodir o estádio e mostrar que a lei do ex também funciona entre as mulheres.

A volta do intervalo mostrava um jogo mais lento, natural por conta da subida da temperatura em Porto Alegre. E mesmo longe de seus melhores dias, o Corinthians mostrou porque faz sua sexta final seguida do Brasileirão: aos 12, a ex-colorada Jheniffer recebeu um lançamento logo nas costas da zaga, disparou, invadiu a área e deslocou Mayara para empatar, jogando um balde de água fria nas arquibancadas.

A tensão começou a aparecer no gramado, e o que era uma doce festa passou a ter um sabor amargo para os torcedores. Ainda assim, passado o choque pelo empate, as Gurias colocaram a bola no chão e voltaram a se impor. Não fosse uma atuação fantástica da goleira Lelê, que impediu ao menos três chances coloradas no segundo tempo, o Inter levaria um resultado mais justo para São Paulo.

No fim, ainda deu tempo do VAR entrar em ação. Após entrada dura revisada pelo árbitro de vídeo, árbitra Deborah Cecilia Cruz Correia deu cartão vermelho para Isabelle e enfureceu o público.

Na opinião da Central do Apito, entretanto, a arbitragem acertou -- e foi um dos destaques positivos do ótimo jogo. Com uma jogadora a mais, o Corinthians ainda tentou pressionar nos últimos minutos, mas o placar seguiu em 1 a 1.

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