CEO da Bet7k, Talita Lacerda foge à regra do universo masculino nas bets e debate futuro do setor
Executiva afirma que novas regras do mercado vão trazer segurança jurídica para os contratos de patrocínio
Redação Exame
Publicado em 28 de outubro de 2024 às 16h58.
Última atualização em 28 de outubro de 2024 às 17h34.
Desde o começo deste mês de outubro, as casas de aposta que não estavam autorizadas a continuar operando, de acordo com a lista divulgada pelo Ministério da Fazenda, foram definitivamente bloqueadas pela Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações. De acordo com o Governo, essa foi a medida inicial que visa criar um ambiente mais seguro e controlado para os usuários, com 210 bets liberadas a operar no país de acordo com a lista final divulgada.
"Ao aderir ao grupo de países que já regulamentaram o mercado de apostas, opaís se posiciona de forma estratégica no cenário global. Essa mudança representa uma oportunidade de impulsionar a economia do país e aumentar a transparência no setor", afirma Talita Lacerda, CEO da Bet7k.
Na Bet7k desde 2021, Talita foge à regra do universo masculino nos cargos de liderança das bets e é uma das poucas mulheres a ocupar o cargo de CEO de uma companhia deste porte.Atualmente, a plataforma patrocina diversos clubes que aparecem em ascensão no cenário nacional, casos de Novorizontino, Mirassol e Athletic, e acredita que as novas regras serão fundamentais para a continuidade do setor dentro dos patrocínios.
"A regulamentação traz uma nova perspectiva e segurança jurídica para os contratos de patrocínio, tornando o ambiente mais atrativo tanto para patrocinadores quanto para patrocinados", analisa.
Confira a entrevista exclusiva com a CEO da Bet7k, Talita Lacerda:
O que representa para a Bet7k estar entre as primeiras casas autorizadas pelo Governo e o que esperar desta regulamentação a partir de agora?
Talita Lacerda: Estar entre as primeiras casas autorizadas a operar legalmente no Brasil é um grande marco para a Bet7k. Esse reconhecimento demonstra o compromisso e a seriedade com os quais temos conduzido nossas operações desde o início, sempre priorizando a transparência, a conformidade e a segurança dos nossos usuários. Com a regulamentação, acreditamos que o mercado brasileiro será elevado a um novo patamar, proporcionando um ambiente mais seguro para os jogadores e atraindo investimentos significativos para o país. Esperamos que essa mudança traga mais clareza nas regras, melhores práticas de mercado e um ambiente competitivo mais justo, beneficiando não apenas as empresas, mas também os jogadores.
Uma das principais preocupações neste momento está relacionada com o jogo responsável e a publicidade controlada. Como vem sendo a estratégia de vocês com relação a esses dois pontos?
Talita Lacerda: Na Bet7k, o jogo responsável é uma prioridade absoluta. Desenvolvemos e estamos em melhoria contínua de uma série de iniciativas para garantir que nossos usuários possam se divertir com segurança, oferecendo ferramentas de autoexclusão, limites de depósito e orientação sobre o jogo responsável. Além disso, temos trabalhado na conscientização de nossos clientes sobre os riscos do jogo excessivo, promovendo um entretenimento responsável e seguro. Quanto à publicidade, adotamos uma abordagem ética e cuidadosa, garantindo que todas as nossas campanhas sejam direcionadas a públicos adultos e sejam claras quanto aos riscos associados ao jogo. Estamos totalmente alinhados com as exigências regulatórias e continuaremos a investir em campanhas que priorizem a proteção dos consumidores.
Com relação aos patrocínios, vocês pensam em manter o investimento a partir de um mercado regulado?
Talita Lacerda: Definitivamente. A regulamentação traz uma nova perspectiva e segurança jurídica para os contratos de patrocínio, tornando o ambiente mais atrativo tanto para patrocinadores quanto para patrocinados. Continuaremos investindo em parcerias estratégicas com clubes e outros colaboradores, reforçando nossa marca e apoiando o desenvolvimento do esporte no Brasil. Acreditamos que o mercado regulado não apenas trará benefícios para o setor, mas também elevará o nível das parcerias, permitindo-nos realizar ações mais impactantes e sustentáveis em conjunto com nossos parceiros.
A regulamentação já acontece em vários outros países do mundo e em 18 das 20 nações do G20, com o Brasil se tornando o 19º. O que muda agora?
Talita Lacerda: Sem dúvida, a regulamentação é um divisor de águas para o Brasil. Ao aderir ao grupo de países que já regulamentaram o mercado de apostas, o Brasil se posiciona de forma estratégica no cenário global. Essa mudança representa uma oportunidade de impulsionar a economia, com a previsão de arrecadação de tributos que poderão ser revertidos em investimentos sociais, além de aumentar a transparência no setor. Esperamos que o impacto positivo se estenda à geração de empregos, com a criação de novas vagas tanto diretamente na indústria de apostas quanto indiretamente em setores relacionados, como tecnologia, marketing e serviços financeiros. A regulamentação também permitirá um maior controle e combate ao mercado ilegal, garantindo mais segurança e proteção aos consumidores.