Summit ESG: como incorporar a diversidade e a inclusão nos negócios
O trabalho da agenda de direitos humano deve fazer parte da agenda de negócios, com o olhar apurado para as necessidades dos colaboradores e possíveis ajustes ao longo da jornada
Jornalista
Publicado em 11 de junho de 2024 às 16h01.
Última atualização em 13 de junho de 2024 às 13h32.
Como trazer o olhar da diversidade e inclusão para o atual período pelo qual o planeta passa? A agenda é urgente e diversa, mas o momento é propício para uma tomada de decisão por parte das corporações. Esta é a conclusão de Ana Bavon, CEO e Head de Estratégia da B4People, debatedora dopainel "Inclusão como ferramenta de empoderamento econômico", que integra a programação do Summit ESG 2024 , promovido pela Exame , a maior publicação de negócios do Brasil. Os encontros fazem parte da programação do “ Mês do ESG 2024 ”.
Sob a condução de Marina Filippe, repórter sênior da Exame, Ana Bavon, CEO e Head de Estratégia da B4People, fala sobre o avanço da Diversidade, Equidade e Inclusão (DEI) no mundo corporativo e seu impacto econômico.
A especialista analisa que ainda predomina a visão de que a DEI é uma causa, sem levar em consideração o impacto social, sua conexão com os direitos humanos e, em uma instância, os reflexos ambientais e econômicos. "Tudo isso se converge".
A representante da B4People usa como exemplo o que aconteceu durante as enchentes no Rio Grande do Sul. "Temos desastres climáticos e uma agenda ambiental que tem muitas urgências. Mas, conectado a isso, temos uma agenda social, porque estamos falando de imigrantes climáticos, de racismo ambiental, de pessoas que vivem em situação de vulnerabilidade em razão da sua capacidade socioeconômica e da sua etnia, por exemplo", pontua. Isso tudo, completa, "desagua no que temos de governança, por isso é um trabalho de governança corporativa, de decisão ética que a liderança toma para entender a organização", detalha Ana.
A responsabilidade social corporativa, ainda segundo a CEO e Head de Estratégia da B4People, também tem aspectos legais, já que está na Constituição brasileira. Além disso, outra âncora para que as ações saiam do papel é o próprio posicionamento do mercado financeiro.
E o ESG?
Há quem aposte na perda de força do ESG. Ana, no entanto, aponta que a opinião revela um olhar superficial de parte da sociedade. Hoje, explica, as corporações já adotam políticas de acordo com esse conceito segundo as necessidades internas. Uns optam pelo l etramento dos colaboradores, por exemplo. Outros miram na estratégia ou ainda no entorno dos seus negócios. "O que percebo é que a agenda tem se tornado mais complexa e exigido mais players envolvidos no ambiente corporativo, atrelada a uma cultura organizacional, que precisa ser revisitada."
Há, é claro, aquelas empresas que estão cumprindo a agenda de forma destacada, trabalhando a partir de três eixos: pessoas, negócios e riscos. Aquelas companhias mais exitosas normalmente olham para seus colaboradores de forma integral, não apenas para o acesso, mas o caminho do desenvolvimento.
Para isso, os ambientes corporativos promovem capacitações, olhando de forma holística para a saúde mental, olhando de forma individual, não homogênea. Há ainda as que olham também para o entorno, para as comunidades, atuando no seu desenvolvimento socioeconômico.
Já na agenda de negócios, aquelas empresas que entendem o quanto podem influenciar seus stakeholders normalmente dão transparência às suas ações, estimulando a cadeia de valor a fazer o mesmo.
A pauta sobre os risco as empresas, completa Ana, vem para buscar o trabalho em torno dos direitos humanos quando algo aconteceu e impactou na imagem, com situações que tiveram de ser resolvidas até mesmo no âmbito judicial. Nesses casos, o primeiro passo é entender a organização busca e como avançar sem ter de passar por crises.
Summit
O Summit ESG da Exame é considerado o maior evento ESG da imprensa nacional e promove debates que refletem a cobertura constante da Exame sobre os principais temas sociais e ambientais de interesse global.
Neste ano, serão realizados 21 painéis, organizados em oito blocos temáticos. Os temas abordados serão: Cadeias de Produção Sustentáveis, Inclusão e Empoderamento Econômico, Transição para uma Economia de Baixo Carbono, Financiando a Transição, Bioeconomia e Agro Sustentável, Soluções para a Transição Energética, Economia Circular e Adaptação e Transição Justa.
A cada semana, dois blocos serão veiculados, sempre às terças e quintas. Cadastre-se aqui para conhecer os detalhes da programação .
Ainda em junho, a Exame publica o Melhores do ESG, principal guia de sustentabilidade do Brasil, realizado há mais de duas décadas. A premiação das empresas que mais contribuíram para o desenvolvimento sustentável do país está marcada para o dia 17 de junho, celebrando organizações que se destacam não apenas pelo lucro, mas também pelo compromisso com o desenvolvimento social e a preservação ambiental.