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Setor empresarial brasileiro se compromete, na ONU, com agenda de ação pela água

Coca-Cola e Heineken Brasil se unem ao Pacto Global e a a outras 22 empresas que estão trabalhando para elevar a eficiência no uso do recurso e garantir acesso a todos

A sede da ONU, em Nova York, recebeu a Conferência Mundial das Águas, evento que não acontecia desde 1977 (UN Photo / Mark Garten/Divulgação)

A sede da ONU, em Nova York, recebeu a Conferência Mundial das Águas, evento que não acontecia desde 1977 (UN Photo / Mark Garten/Divulgação)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 29 de março de 2023 às 08h34.

Após 46 anos de espera, a ONU, enfim, promoveu a Conferência Mundial da Água (UN Water Conference) durante três dias em Nova York, nos Estados Unidos. Com abertura no dia 22 de março, conhecido como o Dia Mundial da Água, o Secretário-Geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, fez um discurso enfático sobre a necessidade de uma agenda de ações por parte dos países, sobretudo pensando em novos modelos de financiamento unindo o público e o privado.

Ao contrário das Convenções e Conferências promovidas pela ONU, essa não teve um acordo internacional, ou um tratado. Água ainda é um ponto de atenção para se tratar entre países. Como não há fronteira entre as águas, definir um acordo internacional é como estabelecer uma crise entre as nações sobre um bem tão vital e precioso para a existência humana e para a economia. Mas, o objetivo também não era esse. A Conferência Mundial de Água da ONU tinha o intuito de reunir os países membros, agências ONU, organizações da sociedade civil e setor empresarial para expor os projetos, iniciativas, linhas de financiamento e acelerar a Agenda 2030.

Assim como os países presentes, o Brasil levou sua agenda para a Plenária da ONU no dia 23 de março, a partir de uma declaração dada pelo Secretário-Executivo do Ministério do Meio Ambiente e de Mudanças do Clima, João Paulo Capobianco. Ele foi bem claro na sua breve fala sobre trazer as ações de segurança hídrica e acesso à água potável para agenda de discussão climática. Mais do que isso, o Brasil se posicionou para corrigir erros históricos de negligência do acesso à água.

Vale lembrar que por meio dos dados oficiais do próprio Governo Federal, o país chega a quase 35 milhões de pessoas sem acesso à água potável para beber. Esse número pode ser quase dobrado se considerarmos a intermitência, ou seja, pessoas que não têm água 24 horas e 7 dias por semana.

Como representante de parte do setor empresarial brasileiro, o Pacto Global da ONU no Brasil promoveu um encontro durante toda a tarde do último dia da Conferência, 24 de março, encerrando o encontro mundial, com apoio das empresas Aegea Saneamento e Sabesp, com painéis para o setor empresarial expor os projetos e iniciativas na direção da resiliência hídrica, centralizando a proteção dos biomas e o acesso à água potável como direito humano.

A importância dos Povos Originários

No palco do quarto andar da Sede das Nações Unidas, a rede brasileira do Pacto Global também levou lideranças indígenas para dar uma perspectiva ainda mais ampla de como a água é vital para a saúde humana. Alessandra da etnia dos Munduruku, do alto do Tapajós, no Pará, fez toda a sala se calar por 20 minutos em seu discurso. A contaminação do mercúrio provocada pelo garimpo ilegal na Amazônia está afetando até mesmo a amamentação das mães no Munduruku, e em outras etnias.

Horas depois, Tashka Yawanawa, e sua esposa Laura Yawanawa, relataram brevemente sobre as dificuldades de acesso à água potável para a etnia, e fizeram uma menção a um projeto liderado pela startup Água Camelo de prover água para o seu povo. As lideranças ali representavam um pouco dos desafios que o Brasil tem em termos de garantir água para toda população, sobretudo para quem está em locais remotos e socioeconomicamente mais vulnerável.

Embora os países tenham regressado sem um tratado internacional, as agendas de ações foram amplas e objetivas. Do lado do Pacto Global da ONU no Brasil, foi feito um pedido público para as empresas se comprometerem com o Movimento + Água, cujo intuito é assumir compromissos públicos para que o setor empresarial se engaje na segurança hídrica e no acesso ao saneamento básico.

Coca-Cola Brasil e Heineken Brasil assumiram publicamente esse compromisso no evento e se juntaram a outras 22 empresas no país que estão comprometidas em trabalhar com uma das metas propostas. Não só isso. Ainda foi proposto uma meta de aumento de 25% da eficiência do uso da água para o setor empresarial até 2030.

A agenda de ação do Pacto Global está alinhada ao chamado público também feito pelo escritório do Pacto Global dos Estados Unidos, liderado pelo CEO Water Mandate, de convocar as empresas para se comprometerem com 100 bacias hidrográficas prioritárias no mundo, dentre algumas no Brasil. Os compromissos, ainda que sejam para o setor empresarial, são uma forma de acelerar o ODS 06 e pressionar a agenda pública para que as ações coletivas sejam desenvolvidas o quanto antes.

Uma mensagem bem clara marca o início de 2023: a ação pela água é agora e é urgente. Caso contrário, a crise global climática poderá ter efeitos irreversíveis.

*Rubens Filho é gerente da Plataforma de Ação pela Água e Oceano do Pacto Global da ONU no Brasil

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