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Retorno financeiro é maior entre empresas com ações socioambientais, aponta relatório

Relatório Melhores para o Brasil 2024, da Humanizadas, avaliou empresas com ações sociais, ambientais e de governança; engajamento com clientes e funcionários também é maior do que no mercado brasileiro

O compromisso socioambiental no mercado brasileiro é avaliado pela pesquisa em 33%, enquanto as Melhores para o Brasil (MPB) apresentam taxa de 88% (Weedezign/Getty Images)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 9 de julho de 2024 às 07h00.

A Humanizadas, agência de avaliação de marcas, lançou o relatório Melhores para o Brasil 2024, que analisa a atuação de empresas nas áreas ambiental, social e de governança. A partir da coleta de dados, a pesquisa aponta as melhores práticas corporativas a partir de sua atuação ESG e a na relação com clientes, fornecedores e funcionários.

O compromisso socioambiental no mercado brasileiro é avaliado pela pesquisa em 33%, enquanto as Melhores para o Brasil (MPB) apresentam taxa de 88%. Isso inclui ações como inovação priorizando a sustentabilidade, adoção de práticas e metas ambientais, sociais e de governança e a busca de engajamento e diálogo com funcionários, parceiros e comunidade.

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As MPB também apresentam redução nas emissões degases de efeito estufa e maior uso deenergias renováveis na comparação com o Ibovespa e com o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE).

De acordo com a pesquisa, as Melhores para o Brasil (MPB) apresentam maior retorno para os acionistas na comparação com empresas listadas no Ibovespa e ISE: enquanto o retorno financeiro acumulado das MPB atinge 280%, a taxa no Ibovespa é de 165% e no ISE, 59%. As empresas também apresentam menor volatilidade na comparação com os índices, indicador que as MPB têm menor probabilidade de risco financeiro.

Para Pedro Paro, fundador e CEO da Humanizadas, o sucesso financeiro das empresas está diretamente relacionado com as ações sustentáveis dessas empresas. “Hoje, investidores buscam organizações que demonstram comprometimento e engajamento na responsabilidade socioambiental. Por isso, as empresas que lideram setores e mercado na transição para a economia verde são bem-vistas por investidores”, conta.

Segundo a pesquisa, outros fatores que impulsionam o retorno financeiro das Melhores para o Brasil são capacidade de inovação, o desenvolvimento de uma cultura diversa e inclusiva e o engajamento dos públicos. Esse tema também foi avaliado pela pesquisa.

Enquanto o engajamento dos funcionários no mercado brasileiro está avaliado em 33%, nas Melhores para o Brasil está em 84%. Segundo a pesquisa, o que explica essa diferença no engajamento dos trabalhadores é a cultura organizacional participativa, que promove o reconhecimento e valorização dos funcionários, além de programas de bem-estar e ações pelo equilíbrio entre vida pessoal e trabalho.

Um dos resultados dessa diferença na cultura corporativa é a taxa de rotatividade entre os funcionários. No mercado brasileiro, a rotatividade é de 56%, enquanto nas MPB é de apenas 12%. A diferença do custo anual com a substituição de funcionários chega a R$ 159 milhões.

Entre os clientes, o restante das empresas tem 40% de engajamento versus 83% das MPBs. O CEO explica que fatores como melhor atendimento, inovação e compromissos sustentáveis ganham a fidelidade dos consumidores. “Entre as principais demandas dos brasileiros, custo-benefício e preço são demandas crescentes, mas o diferencial é ageração de valorpara asociedadeemeio ambiente. Organizações que consideram esses fatores são mais competitivas para o mercado e ganham mais valor entre consumidores e clientes”, conta Paro.

Já quando os públicos são parceiros e fornecedores o engajamento atinge 43% no mercado brasileiro e 88% nas Melhores para o Brasil. Os motivos que explicam essa alta nas MPB são a inovação e a cultura de trabalho mais transparente. Entre a comunidade, o engajamento é de 44% no mercado e 78% nas MPB.

Paro explica que a diferença entre as empresas que colocam a sustentabilidade na estratégia de negócio se mostra até na construção da companhia. “ A formulação dos negócios é feita pensando nolongo prazo, enquanto o mercado brasileiro formula um olhar de curto prazo. Isso inclui erros de cultura como brigas entre departamentos, competição e um ambiente de confronto, enquanto as MPB priorizam a construção coletiva e divergência positiva”, explica.

A pesquisa da Humanizadas avaliou 1.500 empresas de 14 setores e pode ser acessada a partir deste link .

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