Primeira escola afro-brasileira do país ganha unidade trilíngue no Rio de Janeiro
Inaugurada há uma semana, com capacidade para receber cerca de 300 estudantes, instituição já conta com cerca de 600 pré-inscritos. Atriz Leandra Leal é uma das sócias na unidade carioca
Editora ESG
Publicado em 23 de outubro de 2024 às 10h18.
Última atualização em 23 de outubro de 2024 às 22h02.
A escola afro-brasileira Maria Felipa, pioneira em seu modelo no Brasil e reconhecida pelo MEC, inaugurou uma nova unidade, agora no Rio de Janeiro. Depois do bem-sucedido formato fundado em 2018, em Salvador, a nova instalação está localizada em Vila Isabel e oferecerá educação trilíngue, com ensino em português, inglês e libras, desde a educação infantil até os primeiros anos do ensino fundamental.
A filial carioca já conta com mais de 600 pré-inscritos para 2025, embora tenha capacidade para atender aproximadamente 300 estudantes e seguirá a abordagem afro-referenciada proposta pela fundadora, a educadora Bárbara Carine. Referência na atuação pela educação de crianças e jovens negros e que integreconhecimentos africanos, ameríndios e europeus, Bárbara édoutora e mestre pela Universidade Federal da Bahia, e tem como sócias a empresária Maju Passos e a atriz Leandra Leal.
Ensino antirracista é previsto em lei
Em comunicações feitas em redes sociais,a escola enfatiza sua abertura a todas as crianças, independentemente de raça,visando promover perspectivas mais diversificadas da história brasileira. E a iniciativa representa um passo importante em relação ao ensino antirracista, que pode parecer uma discussão recente, mas já é exigência legal há vinte anos.
Com a implementação da lei federal 10.639, em janeiro de 2203, tornou-se obrigatório incluir o estudo da história e cultura afro-brasileira e africana nas grades curriculares de todas as escolas do Brasil, sejam elas públicas ou privadas, do ensino fundamental ao médio. A legislação representa um marco significativo na correção histórica da narrativa sobre os povos africanos e seus descendentes no país e estabeleceu ainda estabeleceu a inclusão oficial do Dia da Consciência Negra nos calendários escolares.
Quem foi Maria Felipa?
O nome da escola homenageia Maria Felipa de Oliveira, personagem afrodescendente de grande importância na história da independência da Bahia. Nascida em Itaparica, ela liderou um grupo diverso de 200 pessoas, entre homens e mulheres, em batalhas contra os portugueses a partir de 1822. Em 2018, foi reconhecida Heroína da Pátria Brasileira, tendo seu nome gravado no“Panteão da Pátria e da Liberdade Tancredo Neves”, em Brasília.