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Para evitar declínio industrial, Austrália planeja investir bilhões em energia verde

País está preocupado com o avanço da China no setor mineral e de tecnologia

Painéis solares estão entre as prioridades da nova política do país (Faye Sakura/The New York Times)

Publicado em 23 de agosto de 2024 às 08h31.

Última atualização em 23 de agosto de 2024 às 09h43.

Escavação e transporte marítimo transformaram a Austrália em uma das nações mais ricas do mundo. O país extrai suas vastas reservas de tudo, de minério de ferro a lítio, e as exporta.

No entanto, à medida que a ameaça das mudanças climáticas se torna mais urgente, a Austrália enfrenta perdas de empregos nos setores de combustíveis fósseis que o tornaram rico. Para compensar isso e evitar o declínio industrial, a país está se juntando às fileiras de governos ao redor do mundo que gastam bilhões para construir indústrias verdes.

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Em 14 de maio, o governo trabalhista apresentou um orçamento que parece uma versão menor do US$ 1 trilhão da Lei de Redução da Inflação (IRA) dos Estados Unidos, que visa reviver a indústria americana.

Ele aloca quase A$ 23 bilhões (US$ 15 bilhões) em subsídios e créditos fiscais para energia limpa e outras tecnologias que o governo considera estratégicas. Isso inclui quase A$ 14 bilhões (US$ 9,4 bilhões) em incentivos fiscais para ajudar a Austrália a estabelecer uma indústria de hidrogênio verde e começar a processar "minerais críticos", como cobre, lítio e terras raras, necessários para a transição para energia limpa.

O objetivo é "nos tornarmos uma superpotência de energia renovável", disse Jim Chalmers, ministro das Finanças, à Economist. O país tem vento e sol em abundância e é rico em minerais essenciais. No entanto, Chalmers argumenta que ainda é necessário um empurrão para promover o investimento em novas indústrias verdes.

Um motivo para o alarde é a preocupação, compartilhada com os EUA, sobre o domínio da China em minerais e tecnologias essenciais. O governo espera que os investimentos permitam aos mineradores locais que desafiem esse domínio, particularmente no processamento. Também espera que a política estimule o crescimento em áreas como produção de painéis solares e baterias, reduzindo a dependência da Austrália de parceiros externos não confiáveis.

Mesmo aliados, como Europa, Coreia do Sul e os próprios EUA já sofreram críticas do primeiro-ministro, Anthony Albanese, a respeito de subsídios e políticas industriais.

No entanto, economistas questionam se o plano de incentivo à economia verde pode funcionar. A oposição acredita que um acordo de livre comércio com os EUA já beneficiaria as empresas australianas, não precisando colocar dinheiro público nesses setores. Peter Dutton, o líder da oposição conservadora, argumenta que projetos verdes que valem o investimento devem "se sustentar por si próprios".

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