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Aceleração das tecnologias limpas e a descarbonização são chaves para garantir que meta seja cumprida (YASUYOSHI CHIBA/Getty Images)
Repórter de ESG
Publicado em 21 de maio de 2024 às 08h09.
De acordo com um relatório da BloombergNEF, empresa de pesquisas sobre finanças energéticas, a aceleração das tecnologias limpas e a descarbonização são chaves para garantir que a principal meta do Acordo de Paris, de manter o aquecimento global abaixo dos 2ºC, seja cumprida.
O estudo Energy Outlook 2024, divulgado com exclusividade para a Exame, cria cenários para o aumento da temperatura global. No cenário de transição econômica, a redução nas emissões de CO2 — de 34 bilhões de toneladas para 25 bilhões —implicaria em manter o aquecimento global em 2,6ºC até 2050, acima da meta.
No cenário de Net Zero, com a redução das emissões a partir de 2025 até que sejam zeradas, o aquecimento global pode se manter em 1,75ºC até 2050, aponta o relatório. As mudanças no consumo e demanda de energia, transporte e indústria só ocorrerão com o aumento no curto prazo das tecnologias ligadas à energia limpa.
A pesquisa cita como ações necessárias para a transição ao cenário Net Zero a necessidade de triplicar a capacidade energética de fontes limpas e renováveis até 2030, as substituições dos veículos a combustão por carros elétricos até 2034 e o aumento das tecnologias de captura de carbono.
O cenário de transição econômica considera ainda a importância dos veículos elétricos, da energia limpa e a eficiência energética para reduzir as emissões. Se essas tecnologias não fossem incentivadas, as emissões seriam 50% maiores em 2050 e 27% maiores do que são hoje. A pesquisa considera que os combustíveis fósseis ainda exercem um papel significativo nos principais setores da economia, mas a demanda por gás cresce de forma modesta a partir da substituição por petróleo e carvão.
Autor da pesquisa e chefe de economia na BloombergNEF, David Hostert conta que o cenário para manter a temperatura abaixo dos 2ºC está cada vez mais estreito. “Desde que atualizamos as previsões pela última vez há 18 meses, a transição energética acelerou, mas não o suficiente. O relatório deve ser um alerta de que precisamos de uma rápida redução das emissões para já”, explica.
O estudo aponta que garantir a “limpeza” do setor energético pode evitar metade das emissões de CO2 até 2050. A eletrificação dos setores de transporte rodoviário, edificações e indústria corresponde a uma diminuição de 25% das emissões. O restante, segundo a pesquisa, corresponde a parcela mais complexa: a utilização de biocombustíveis da aviação, hidrogênio verde, e a captura e armazenamento de carbono na indústria e energia.
Mas e se a tecnologia não for capaz de acelerar a produção sem emissões? Nesse caso, os pesquisadores consideram que os mercados passariam a utilizar energia renováveis mais baratas, como solar e eólica. Nesse cenário, o crescimento seria de 51% até 2030 e 70% até 2050.
O cenário da transição econômica, segundo a pesquisa, necessita de um investimento de US$ 181 trilhões, enquanto o Net Zero, de US$ 215 trilhões.