JPMorgan mira financiar US$ 2,5 trilhões em iniciativas verdes
Meta do banco surge em um momento em que instituições financeiras assumem compromissos para o combate às mudanças climáticas e em prol do desenvolvimento sustentável
Maria Clara Dias
Publicado em 15 de abril de 2021 às 11h37.
O JPMorgan Chase fixou uma meta de financiar 2,5 trilhões de dólares em iniciativas que combatam a mudança climática e promovam o desenvolvimento sustentável, em meio à decisão de bancos dos EUA de intensificar atividades ambientais e sociais.
O compromisso do banco nos próximos dez anos incluirá 1 trilhão de dólares em financiamento para projetos que promovam fontes de energia mais limpas, disse a instituição na quinta-feira em comunicado. O JPMorgan também financiará transações que apoiem o progresso socioeconômico em países em desenvolvimento, bem como iniciativas que promovam a inclusão econômica em comunidades, como moradias populares e assistência médica.
O maior banco dos EUA segue os passos do rival Bank of America ao aumentar o financiamento para projetos que promovam uma economia de baixo carbono após o apelo da Casa Branca para que empresas adotem mais medidas para reduzir a poluição. Eliminar emissões agora está no centro do debate entre executivos de bancos neste ano, enquanto o setor financeiro atrai maior escrutínio por financiar os maiores emissores do mundo. O Goldman Sachs, Citigroup e Bank of America estabeleceram metas de zerar emissões líquidas de gases de efeito estufa em suas atividades de financiamento.
“Mudança climática e desigualdade são duas das questões críticas de nossa época, e esses novos esforços ajudarão a criar um desenvolvimento econômico sustentável que leve a um planeta mais verde e a investimentos essenciais em comunidades carentes”, disse no comunicado Jamie Dimon, CEO do JPMorgan. “Líderes empresariais, governamentais e políticos devem trabalhar juntos para apoiar soluções de longo prazo que acelerem a inclusão econômica, aumentem o desenvolvimento sustentável e promovam a transição para uma economia de baixo carbono.”
Ainda assim, o JPMorgan continua sendo o maior financiador de empresas de combustíveis fósseis globalmente, tendo financiado cerca de US$ 189 bilhões desde o Acordo de Paris em 2015, segundo dados compilados pela Bloomberg. Em sua carta anual aos acionistas na semana passada, Dimon escreveu que “a solução não é tão simples quanto abandonar os combustíveis fósseis”.
‘Anúncio ambicioso’
O JPMorgan deu pistas do anúncio na quarta-feira, quando a diretora financeira, Jennifer Piepszak, disse a analistas durante teleconferência do balanço que o banco planejava um “anúncio ambicioso” em projetos nas áreas ambiental, social e de governança.
No plano divulgado na quinta-feira, o JPMorgan disse que o compromisso de 2,5 trilhões de dólares também permitirá que o banco forneça a clientes das divisões corporativa e de banco de investimento e banco comercial acesso centralizado a soluções de financiamento, pesquisa e consultoria voltadas para a sustentabilidade. O investimento de 1 trilhão de dólares em iniciativas verdes incluirá energia renovável e tecnologias limpas.
“É importante definir expectativas sobre onde queremos ver as emissões de nossos clientes nos próximos 10 anos, mas também é muito importante que os apoiemos em sua transição de baixo carbono”, disse em entrevista Marisa Buchanan, diretora global de sustentabilidade do JPMorgan. “Isso significa chegar à mesa com capital.”
Em 2020, o JPMorgan liberou 220 bilhões de dólares em financiamento para impulsionar medidas de combate à mudança climática e de desenvolvimento sustentável, incluindo mais de 55 bilhões de dólares para iniciativas verdes, segundo o comunicado.