Fischer, da MRV: as empresas têm um papel a cumprir no desenvolvimento da sociedade
Para o CEO da construtora, o conceito de ESG é amplo e regionalizado. No Brasil, o S fala mais alto
Rodrigo Caetano
Publicado em 23 de junho de 2022 às 20h20.
A construtora MRV possui 32.000 funcionários. É um público diverso, que abrange pessoas de diferentes classes sociais e níveis de escolaridade. Para Eduardo Fischer, CEO da companhia, de todos os aspectos da estratégia ESG da MRV, tratar bem os funcionários é o que faz mais sentido. “Precisamos criar um ambiente em que as pessoas queiram ficar”, diz Fischer.
Não que os outros aspectos sejam negligenciados. Na área ambiental, a construtora alinha suas metas de redução de emissões à Science Based Target initiative (SBTi). Também investe em energia solar para seus empreendimentos, o que reduz emissões e tem um efeito social com a redução da conta de energia dos moradores. Fischer, no entanto, ressalta que o ciclo de vida dos empreendimentos é longo, superior a dez anos. Uma alta rotatividade prejudica o relacionamento com o cliente.
“O conceito de ESG é muito amplo e regionalizado. Na Europa, o ‘E’ (ambiental) é o principal. No Brasil, a pauta é diferente, e o ‘S’ (social) fala mais alto”, diz o CEO. Segundo o executivo, é uma questão de responsabilidade. Alguns stakeholders podem não ligar para essa agenda, mas as empresas e a elite econômica e intelectual têm um papel a cumprir no desenvolvimento da sociedade.
Comprometer-se com a agenda é o passo inicial. Ele cita como exemplo o Instituto MRV, criado em 2014 e que, no início, não teve repercussão. “Queríamos falar, mas não fazia eco”, explica. “Até que o mercado financeiro acordou para a agenda e, agora, todas as empresas sentem a necessidade de falar o que estão fazendo.” Para ele, a maior parte das iniciativas ESG do mundo empresarial é sincera. Mas quem tem o que mostrar sai ganhando.