Energia brasileira deve receber R$ 3,2 trilhões em investimentos até 2034, diz estudo
Pesquisa do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética aponta para uma diversificação da matriz na próxima década, com menor dependência das hidrelétricas
Repórter de ESG
Publicado em 8 de novembro de 2024 às 17h27.
O setor de energia brasileiro pode receber investimentos de atéR$ 3,2 trilhõesaté 2034, de acordo com um estudo do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
A maior fatia deste valor, acima dos 78%, deve ser concentrada na indústria de petróleo e gás natural, que pode receber até R$ 2,5 bilhões.
A pesquisa estima que as fontes elétricas angariem 18,7% do valor, alcançando quaseR$ 600 bilhõesem financiamentos. Em seguida está a indústria debiocombustíveislíquidos, com 3% da fatia, e a expectativa de receber até R$ 102 bilhões em investimentos.
O aumento de recursos disponíveis deve levar a uma alta na geração energética de 3,3% ao ano. Até 2034, a oferta estimada deve atingir os 1.045 TWh (terawatts-hora).
No entanto, a oferta interna de energia per capita -- ou seja, a disponibilidade de energia por habitante no país -- ainda ficaria abaixo da média mundial: e nquanto a taxa brasileira deve atingir 1,72, a média global até 2021 era de 1,87.
Matriz energética mais diversificada
A diversificação da matriz energética brasileira também é esperada pelos órgãos. A pesquisa avalia que, em 2034, a energia hidrelétrica será responsável por 46,7% do abastecimento nacional, taxa que atualmente é de 55,8%.
Essa queda abre espaço para o crescimento de outras fontes renováveis e limpas, como a eólica, que ocupará uma parcela de 17,2% da matriz (em 2024, é de 15%).
Aenergia solardeve crescer também, saindo da participação de 3,4% em 2024 para 5,8% em 2034. A autoprodução e a geração distribuída de fontes renováveis devem partir dos 10,3% para os 12,1% de representação na matriz nacional.
A capacidade de geração distribuída deve atingir 27.328 MW até 2034, enquanto a energia eólica poderá atingir 15.504 MW e a solar, 13.147 MW.