Empresas vão pagar por ações contra desmatamento. Brasil pode receber
Nova iniciativa visa comprar créditos de carbono obtidos com redução de emissões. Países como Reino Unido e EUA apoiam esquema, que envolve gigantes como Amazon e Nestlé
Agência O Globo
Publicado em 1 de junho de 2021 às 09h35.
Última atualização em 1 de junho de 2021 às 09h36.
Uma nova iniciativa para coibir o desmatamento pode beneficiar o Brasil, revelou o jornal britânico Financial Times.
No mês passado, gigantes como Unilever, Salesforce, Amazon e Nestlé endossaram a iniciativa conhecida como Redução de Emissões por Aceleração do Financiamento Florestal (Leaf, na sigla em inglês, palavra que também significa "folha") prevê uma verba bilionária que seria destinada a países em troca de créditos de carbono ligados à redução dos danos às florestas, via políticas proativas para diminuir o desmatamento.
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Segundo o esquema do Leaf, só o Brasil poderia receber US$ 1 bilhão se o desmatamento de florestas tropicais primárias for reduzido em 10%. Mas outros países também seriam candidatos a se beneficiar da iniciativa, como a Indonésia e a República Democrática do Congo.
A coalizão propôs contribuições voluntárias no valor de pelo menos US$ 10 por tonelada de emissões de CO² evitadas, ou quase o dobro do que é oferecido atualmente no mercado voluntário de redução de gás carbônico.
“Anunciamos inicialmente propostas [para contribuições] de US$1 bilhão, isto é, 100 milhões de toneladas a US$ 10 por tonelada. Mas isso é apenas o começo. Sabemos que isso não é suficiente ”, disse ao FT Eron Bloomgarden, diretor executivo da Emergent, organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos que facilitará as transações.
A iniciativa prevê que acordos sejam assinados com países tropicais até o final do ano, mas eles não começarão a receber financiamento até que os projetos comecem a gerar créditos de carbono com a redução do desmatamento.
“Esses países precisarão equilibrar a proteção das florestas com a produção de alimentos ”, disse Bloomgarden.
O esquema tem o apoio dos governos de Reino Unido, EUA e Noruega.