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Em São Paulo, 59% das iniciativas de economia criativa são lideradas por pessoas negras

Estudo realizado pela startup Emerge Mag mapeou 65 projetos criativos e revela dados sobre as lideranças e práticas sustentáveis neste mercado

Uma das iniciativas em destaque no estudo foi a Señoritas Courier, delivery de entrega realizado por mulheres cis e pessoas trans (Instagram/Divulgação)
Sofia Schuck

Repórter de ESG

Publicado em 9 de dezembro de 2024 às 13h00.

Última atualização em 9 de dezembro de 2024 às 13h07.

Quem são as lideranças à frente de iniciativas de economia criativa em São Paulo? De 2021 a 2024, a startup de soluções de impacto Emerge Mag, se debruçou na questão e mapeou 65 projetos deste mercado na capital paulista para entender práticas de inclusão e diversidade.

Um dos destaques do estudo, divulgado na última sexta-feira, 6, com apoio doFórum de Empresas e Direitos LGBTI+, é que 59% das iniciativas são lideradas por pessoas negras, 49% por mulheres, 2% por transgêneras, 44% por LGBTQIA+. Já os homens são 43%, sendo que 3% são trans.

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Entre as principais áreas de atuação, estão a moda (37%), educação (37%), literatura (32%), música (31%) e audiovisual (29%).

Além disso, as práticas ESG que mais aparecem no segmento criativo sãoremuneração justa (61%), produção artesanal (53%), reaproveitamento de matéria-prima (49%) e contratação afirmativa (46%).

A representatividade nas equipes também chamou a atenção: mulheres e pessoas negras são a maioria, respectivamente 91% e 79%; pessoas das comunidades LGBTQIA + são 67% e 59% são mães solo. Um ponto positivo é a alta prevalência de pessoas gordas (42%) e neurodivergentes (26%).

Como economia criativa, a análise considerou modelos de negócio ou gestão desenvolvidos a partir do
conhecimento, criatividade e capital intelectual e que gerem renda.

Dados do Observatório da Fundação Itaú mostram que este mercado vêm crescendo e, em 2023, criou 577 mil postos de trabalho no Brasil — impactando 7,8 milhões de pessoas.

Em sua totalidade, as iniciativas mapeadas têm atuação em rede, movimentam a economia local e valorizam e ressignificam identidades e territórios, muitas vezes ainda vistos como “marginalizados”.

Carla Akotirene, doutora em estudos de gênero, mulheres e feminismos, destaca na publicação que as pessoas se constituem por diferentes marcadores sociais, sendo os principais: raça, gênero, classe, sexualidade, idade e capacidades físicas e cognitivas.

"A interseccionalidade nos ensina que, quanto mais diversidade existir em um grupo, maior a capacidade de inovação. O fenômeno se dá devido à união de perspectivas diferentes e singulares concentradas em encontrar soluções para o mesmo problema", explica.

Cases de sucesso

O estudo também identificou exemplos de negócios de economia criativa para se inspirar:

Elas Lideram: as mulheres que avançam a pauta da diversidade no C-level

Acompanhe tudo sobre:DiversidadeSustentabilidadeEconomia criativaESGempreendedorismo-femininoNegrosMulheres

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