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Em meio à estagnação nas contratações, Norte e Nordeste lideram recrutamento entre negros

Pesquisa da plataforma de recursos humanos Gupy aponta para cenário preocupante quanto a igualdade racial nas empresas; confira

O estudo aponta que as regiões com maiores atrasos na sua estratégia de inclusão são o Sul e Sudeste, que também possuem a maior parcela das oportunidades de emprego (Inside Creative House/Getty Images)
Letícia Ozório

Repórter de ESG

Publicado em 25 de novembro de 2024 às 16h55.

Enquanto a representatividade de pessoas pretas no mercado de trabalhoestagnou desde 2021, a proporção de profissionais pardas tem visto um crescimento anual de 1%, avanço pequeno quando comparado com a presença de pessoas negras entre os brasileiros. As informações são doRelatório de Tendências de Empregabilidade para 2025, pesquisa da plataforma de recursos humanos Gupy.

O relatório, que busca analisar as contratações feitas a partir da plataforma nos últimos três anos, aponta para um cenário preocupante quanto a igualdade racial. A população branca segue como líder nas contratações, representando até 47% das vagas ocupadas.

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Guilherme Dias, cofundador da Gupy, aponta que o crescimento tímido nas contratações de pessoas pretas mostraum desafio estrutural que precisa ser endereçado – e que supera os esforços atuais das empresas para a promoção da diversidade de raça.

Diferença regional

De acordo com o estudo, a desigualdade racial apresenta mudanças significativas entre regiões do país. O Norte e o Nordeste apresentaram taxas altas quanto a contratação de pessoas autodeclaradas pardas, representando 50% das vagas ocupadas no Norte e 46% no Nordeste.

Um dos fatores que pode explicar essa taxa é a maior presença de pessoas pardas nas regiões: de acordo com o Censo 2022, o Norte conta com 67% de pardos, maior taxa do país, enquanto o Nordeste apresenta a segunda maior, de 59%.

A representatividade de pessoas pretas permanece baixa em todas as regiões: entre6% e 15%, assim como a de indígenas, que varia entre 2% e 3%das contratações.

O estudo aponta que as regiões com maiores atrasos na sua estratégia de inclusão são o Sul e Sudeste -- querepresentam a maior parcela das oportunidadesdo país. A pesquisa indica que as regiões ainda precisam de avanços significativos para garantir que as ofertas de emprego lá concentradas representem a diversidade da população.

Diversidade entre os setores

A área de Serviços é atualmente a com maior inclusão negra: 36% dos seus trabalhadores são pardos, enquanto 14% são pretos. Já para indígenas, o cenário de emprego é quase inexistente: apesar do 1,6 milhão de pessoas pertencentes a essa etnia, elessão apenas 1% de participação no mercado de trabalho. Segundo a pesquisa, as contratações foram vistas apenas nas áreas de Indústria e Comércio.

Para o estudo, os dados ressaltam a urgência de ações voltadas para a inclusão dessas comunidades. Para Dias, a ação das empresas pode gerar uma melhoria no cenário de diversidade nos próximos anos a partir da promoção de um recrutamento mais justo e inclusivo.

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