COP16: Em abertura, André do Lago pede que economia seja aliada da natureza
Chefe da delegação brasileira, secretário discursou durante primeira sessão plenária da Conferência da Biodiversidade da ONU, que começou nesta segunda-feira
Repórter de ESG
Publicado em 21 de outubro de 2024 às 18h24.
Última atualização em 21 de outubro de 2024 às 18h36.
De Cali, Colômbia*
Nesta segunda-feira, 21, começou oficialmente a Convenção da ONU sobre biodiversidade ( COP16). O evento acontece na cidade de Cali, na Colômbia, e deve receber mais de 15 mil pessoas, entre especialistas, empresas, ONGs, representantes da sociedade civil e chefes de Estado. Sob o tema “Paz com a Natureza”,o encontro promete reunir 190 países com o objetivo comum de implementar ações efetivas contra a perda da biodiversidade até 2030, evitando que o planeta chegue a níveis irreversíveis.
Em cerimônia de abertura no domingo, 20, o secretário-geral da ONU, António Guterres, anunciou que ao fim da conferência, em 1º de novembro, a expectativa é “sair de Cali com um investimento significativo no fundo do Marco Global Diversidade Biológica (GBFF, de Global Biodiversity Framework Fund, na sigla em inglês)”, além de compromissos que mobilizem outras formas de aporte público e privado.
O GBFF foi estabelecido durante a última Conferência, com o intuito de ajudar países subdesenvolvidos a cumprir com a agenda estabelecida no Marco Global de Kunming-Montreal: são 23 metas que visam principalmente acelerar a mudança contra a perda na natureza e a vida animal até 2030 e 2050, respectivamente.
Biodiversidade na agenda brasileira
Nesta segunda, durante a primeira Sessão Plenária do evento, que contou com a apresentação das delegações e alianças globais, o secretário de Clima e Meio Ambiente do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, André Corrêa do Lago, salientou que a união dos países na Conferência é fundamental para salvar a Terra.
O secretário disse que o mundo deve se unir para resolver os problemas atuais da biodiversidade, sem que se criem ou acentuem as desigualdades entre as nações em desenvolvimento. “Instrumentos de financiamento podem complementar o financiamento público,mas sem transpassar a responsabilidade das nações”, destacou.
Lago ainda afirmou que é necessária umareforma do sistema financeiro mundial de modo que a economia se torne aliada da natureza e da biodiversidade. “Além de criar um fundo específico para a Conferência das Partes, devemos apoiar princípios e olhar para a experiência de outros financiamentos em curso pela biodiversidade. Os problemas mundiais precisam ser resolvidos nesta Conferência, e não depois”, afirma.
Por fim, o chefe da delegação brasileira fez um apelo para que países desenvolvidos forneçam capacidade tecnológica e científica para apoiar países em desenvolvimento na garantia de sua diversidade biológica.
*A jornalista viajou a convite.