Brasileiros são os mais otimistas sobre os efeitos das mudanças climáticas
Pesquisa da Pearson ouviu pessoas de cinco países para entender o que elas pensam sobre as mudanças climáticas e como se sentem sobre a educação e as informações que recebem
Marina Filippe
Publicado em 8 de fevereiro de 2022 às 11h13.
Enquanto líderes mundiais de governos e empresas discutem os impactos das mudanças climáticas e como mitigar o aquecimento global em momentos como a COP26, realizada em Glasgow, a população em geral está otimista com o caminho possível para mitigar os efeitos negativos no mundo, especialmente quando se olha para a opinião dos brasileiros e dos mexicanos.
Isto porque, de acordo com a pesquisa Global Learner Survey 2021 - Parte 4, realizada pela empresa de aprendizagem Pearson, 64% dos entrevistados nesses países acreditam que os efeitos das mudanças climáticas ainda podem ser evitados. Os brasileiros, com 71%, também lideram o grupo de entrevistados que atualmente estão tentando se informar sobre as questões climáticas. A China tem a menor proporção, com 48%.
A maioria dos entrevistados (61%) em todo o mundo está ativamente tentando se educar sobre as questões climáticas. As três principais fontes de informação que os respondentes estão usando atualmente são: imprensa (58%), redes sociais (43%) e filmes (42%).
E, apesar do acesso às redes sociais ser alto, essa fonte de informação está entre as menos confiáveis para os participantes (51%). As mais confiáveis são experiência pessoal (77%), livros (76%) e filmes (72%). Inclusive, a experiência pessoal parece ter um grande peso, visto que 84% dos entrevistados em todo o mundo dizem que, depois de aprender mais sobre as mudanças climáticas, agiram para reduzir seu impacto.
“As preocupações com a mudança climática e o meio ambiente crescem diariamente e permeiam nosso dia a dia das formas mais diversas, seja na cobertura jornalística da COP26 ou no fato de precisarmos de casaco às vésperas do verão. A população percebe, com isto, como a educação é uma ferramenta importante para promover mudanças positivas", diz Juliano Costa, vice-presidente de produtos educacionais da Pearson Latam.
Outras descobertas desta edição da Global Learner Survey incluem:
- Aproximadamente metade dos entrevistados em todo o mundo (55%) afirmam que provavelmente procurarão emprego em uma área que tenha um impacto positivo direto sobre o meio ambiente. México 68%, Brasil 63% e China 62% lideram os índices.
- Mais da metade dos entrevistados em todo o mundo (58%) não sentem que os tópicos relacionados ao meio ambiente foram ensinados de forma adequada quando eles estavam na escola. O Brasil está na contramão desse índice, com 44%.
- Mais da metade dos entrevistados em todo o mundo acreditam que as crianças devem começar a aprender sobre as mudanças climáticas na escola primária ou antes. Brasil e México são os dois países que preferem começar essa educação já na fase pré-escolar, com 48% e 51%, respectivamente.
- Profissionalmente, essa questão também parece pesar. Mais da metade dos brasileiros (53%) e dos mexicanos (54%) acreditam que é muito importante que as suas carreiras tenham um impacto ambiental positivo, enquanto EUA (28%), Reino Unido (19%) e China (28%) tem índices mais baixos.
Metodologia
A pesquisa, que ouve populações de diversos países para identificar suas percepções e expectativas sobre a educação e a sociedade em geral, está sendo realizada e publicada em vários capítulos temáticos ao longo do ano. A quarta parte ouviu pessoas com idades entre 16 e 70 anos em cinco países (Brasil, China, Estados Unidos, México e Reino Unido) para entender o que as pessoas pensam sobre as mudanças climáticas e como se sentem sobre a educação e as informações que recebem sobre o assunto.
A Pearson conduziu o estudo em parceria com a Morning Consult, empresa global de inteligência de dados sediada nos Estados Unidos. Ao todo, foram ouvidas 5.000 pessoas com idades entre 16 e 70 anos, por meio de entrevistas online, entre os dias 26 de outubro e 2 de novembro. Os resultados são representativos da população com acesso à internet em cada país, com margem de erro de três pontos percentuais para mais ou para menos.