ESG

Apoio:

logo_suvinil_500x252
Logo TIM__313x500
logo_unipar_500x313
logo_espro_500x313
logo_engie_500X252

Parceiro institucional:

logo_pacto-global_100x50

Ao custo de US$ 1 tri, desperdício de alimentos emite mais CO2 do que aviões

A humanidade desperdiçou o equivalente a 1 bilhão de refeições por dia em 2022, enquanto 800 milhões de pessoas passam fome; empresas preferem fazer descartes de produtos em aterros

Responsáveis: comércios, como açougues e mercearias, descartaram 12%, mas os maiores culpados foram os lares, com 60% de desperdício (AFP Photo)

Responsáveis: comércios, como açougues e mercearias, descartaram 12%, mas os maiores culpados foram os lares, com 60% de desperdício (AFP Photo)

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 27 de março de 2024 às 12h46.

Última atualização em 9 de maio de 2024 às 11h58.

A humanidade desperdiçou por dia o equivalente a 1 bilhão de refeições por dia em 2022, segundo um estudo divulgado nesta quarta-feira, 27, pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA). Esse cálculo é provisório e a quantidade de alimentos desperdiçados "pode ser muito maior", aponta o Índice de Desperdício de Alimentos.

Embora ainda existam 800 milhões de pessoas que sofrem de fome, o mundo desperdiçou mais de um bilhão de toneladas de alimentos em 2022, o equivalente a mais de US$ 1 trilhão (R$ 5,21 trilhões na cotação da época). Isso representa aproximadamente quase um quinto de tudo o que é produzido e "uma tragédia global", alertava o texto.

"Milhões de pessoas passarão fome hoje enquanto os alimentos são desperdiçados em todo o mundo", disse Inger Andersen, diretora-executiva do Programa. E não é apenas um fracasso moral, mas também "ambiental", acrescentou.

Emissões de CO2

O desperdício de alimentos produz cinco vezes mais emissões de CO2 do que o setor da aviação e requer grandes áreas de terra onde são cultivados alimentos que não são consumidos.

O relatório, em conjunto com a organização sem fins lucrativos WRAP, é o segundo sobre desperdício global de alimentos elaborado pela ONU.

À medida que a coleta de dados melhora, a verdadeira magnitude do problema se torna mais clara, disse Clementine O'Connor, do PNUMA. "Para mim, é simplesmente assustador", disse Richard Swannell, do WRAP, à AFP.

"Seria realmente possível alimentar todas as pessoas atualmente famintas no mundo com uma refeição por dia, apenas com a comida que é desperdiçada a cada ano", afirmou.

Restaurantes, refeitórios e hotéis foram responsáveis por 28% do total de desperdício de alimentos em 2022, enquanto o comércio varejista como açougues e mercearias descartou 12%. Os maiores culpados foram os lares, que representaram 60%, cerca de 631 milhões de toneladas.

Muito disso acontece porque as pessoas simplesmente compram mais alimentos do que precisam, mas também calculam mal o tamanho das porções e não comem sobras, disse Swannell.

Outro problema são as datas de validade. Existem produtos perfeitamente bons que são jogados fora porque as pessoas presumem incorretamente que estragaram.

O relatório explica que muitos dos alimentos, especialmente no mundo em desenvolvimento, se perdem no transporte ou estragam devido à falta de refrigeração.

Ao contrário da crença popular, o desperdício alimentar não é um problema apenas dos "países ricos" e pode ser observado em todo o mundo. Os países com climas mais quentes também geram mais resíduos, possivelmente devido ao maior consumo de alimentos frescos.

Efeitos devastadores

As empresas também contribuem para o problema porque é barato descartar produtos não utilizados graças aos aterros. "É mais rápido e fácil descartar atualmente porque a taxa de lixo é zero ou muito baixa", disse O'Connor.

O desperdício de alimentos tem "efeitos devastadores" para as pessoas e o planeta, disse o informe. A conversão de ecossistemas naturais em agricultura é uma das principais causas da perda de habitat, mas o desperdício de alimentos ocupa o equivalente a quase 30% da terra destinada ao uso agrícola.

"Se o desperdício de alimentos fosse um país, seria o terceiro maior emissor de gases de efeito estufa (CO2) do planeta, atrás dos Estados Unidos e China", disse Swannell.

Acompanhe tudo sobre:AlimentosConsumoEmissões de CO2Aviaçãoinfra-cidadãLixoEmpresasFomeVarejoRestaurantesAlimentando o Planeta

Mais de ESG

Vivo amplia investimento em equidade racial com apoio a festival

Queimadas: alta de 54% antecipa período crítico, alerta pesquisa

Amazônia Legal: estudo mostra de onde parte a pressão pelo desmatamento

Oito em cada dez quilombolas vivem com saneamento básico precário ou sem acesso

Mais na Exame