Gisele Bündchen: "Me identifiquei com os valores de inovação e sustentabilidade da companhia e me surpreendi com o potencial de geração de efeitos positivos para a sociedade" (Carlo Allegri/Reuters)
Rodrigo Caetano
Publicado em 5 de agosto de 2021 às 17h54.
Última atualização em 6 de agosto de 2021 às 08h39.
A nota foi zero, mas é a melhor notícia possível para a Ambipar. A empresa obteve essa graduação no RepRisk, índice de risco reputacional utilizada pela Nasdaq, principal bolsa de tecnologia dos Estados Unidos. Isso significa que a metodologia não identificou riscos relevantes para o negócio e, por isso, a nota zero. Não é a única empresa brasileira a conseguir essa façanha. Porém, ela veio em boa hora.
Na semana passada, a maior top model da história e experiente ativista ambiental, Gisele Bündchen, entrou para o quadro de acionistas da companhia. Com isso, Bünchen passou a integrar o comitê de sustentabilidade. Não foi um negócio de ocasião. A modelo e a empresa conversaram muito sobre a parceria, que tem o objetivo de divulgar a estratégia ESG da Ambipar entre os investidores.
“Ela é uma marca muito forte na área ambiental, era o que precisávamos”, afirma Onara Lima, diretora de sustentabilidade da empresa. “Mas, a ideia não era só fazer uma campanha de marketing. Queríamos uma parceria mais profunda.”
Lima ressalta que há uma enorme demanda, por parte dos investidores, por projetos que atendam os critérios socioambientais e de governança do ESG. O cenário levou a companhia a traçar uma estratégia de divulgação de suas soluções ambientais – a Ambipar atua na área de gestão ambiental e, recentemente, entrou no mercado de créditos de carbono.
Para aceitar fazer parte desse plano, Bündchen realizou um due dilligence minuciosa, segundo a diretora, antes de entrar como acionista. E gostou do que viu. "Me identifiquei com os valores de inovação e sustentabilidade da companhia e me surpreendi com o potencial de geração de efeitos positivos para a sociedade", afirmou a modelo, segundo nota à imprensa.
A nota máxima no RepRisk foi a cereja do bolo e vai facilitar as conversas da modelo com os investidores. “A Ambipar, desde sua fundação, sempre trabalhou buscando soluções sustentáveis, muito antes do ESG estar na pauta”, afirma Lima. “A nota desse índice só corrobora com tudo o que é o nosso negócio e nossa estratégia, gerando valor compartilhado para todos os nossos stakeholders.”
A Ambipar ficou sabendo da nota durante o processo de análise do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3. Recentemente, a bolsa reformulou a metodologia do índice e substituiu uma parte do questionário por avaliações externas, entre elas a do RepRisk.
Em entrevista para o podcast ESG de A a Z, Ana Buchain, diretora de sustentabilidade da B3, detalhou as mudanças na metodologia:
Na semana passada, Ambipar anunciou a aquisição da plataforma Biofílica, de créditos de carbono. Com a aquisição de mais da metade (53,6%) da empresa, a Ambipar dá seus primeiros passos no mercado de créditos de carbono, que hoje atrai diferentes players do mundo corporativo e mercado financeiro.
A Biofílica desenvolve projetos florestais para a geração de créditos de carbono desde 2008, sendo uma das pioneiras neste setor. Isso significa que as empresas podem comprar os créditos da Biofílica para compensar suas emissões e reduzir o impacto de suas operações no meio ambiente. A empresa atua na preservação, ou seja, os créditos gerados correspondem a área que deixou de ser desmatada a partir dos projetos de conservação mantidos.
Grande parte da atuação da Biofílica está na Amazônia, onde a empresa mantém projetos de conservação REDD+ (Redução da Emissões por Desmatamento e Degradação Florestal). Atualmente, a empresa tem a maior área do mundo para certificação de créditos de carbono de origem florestal, com 1,5 milhão de hectares sob preservação.
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