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Voto de qualidade do Carf: relator do projeto diz que votação não ocorrerá nesta terça-feira

Pontos em negociação e necessidade de ajustes no relatório impedem votação do projeto nesta terça-feira

Relator adia votação do projeto que altera funcionamento do Carf; ajustes ainda precisam ser feitos (Divulgação/Divulgação)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 4 de julho de 2023 às 17h45.

O relator do Projeto de Lei que altera o funcionamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) , deputado Beto Pereira (PSDB-MS), afirmou que a matéria não será votada nesta terça-feira. De acordo com ele, alguns pontos ainda precisam ser negociados e ajustes no relatório apresentados nesta segunda-feira precisam ser feitos nas próximas horas.

Nesta segunda, Pereira apresentou o seu parecer. O texto manteve o voto de qualidade favorável ao governo quando houver empate nas decisões do Carf, tribunal administrativo que julga causas tributárias. Desde 2020, o empate entre os julgadores beneficia o contribuinte. O parlamentar, entretanto, acolheu um acordo entre o governo e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que exclui as multas e juros de mora cobrados dos contribuintes quando o julgamento for favorável ao Fisco pelo voto de qualidade.

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Débitos tributários

No texto, também foi incluído uma espécie de “Refis” para contribuintes que confessarem de forma espontânea que têm débitos tributários. Pereira nega que se trate de um Refis, e afirma que o Ministério da Fazenda concordou com o programa. Ele não fez, porém, estimativa de impacto financeiro.

Cabe ao Carf o julgamento das pendências tributárias de contribuintes. Tido como prioritário, o tema chegou ao Congresso como projeto de lei enviado pelo Executivo com urgência constitucional. Sem votação, o texto passou a trancar a pauta da Câmara e dificultar os diálogos por outros temas prioritários, como o novo arcabouço fiscal .

Arrecadação de até R$ 50 bilhões nas contas públicas

As mudanças propostas pela equipe econômica e encaminhadas pelo governo através do projeto de lei podem gerar uma arrecadação de até R$ 50 bilhões nas contas públicas, mostram as projeções. Isto seria fundamental para contornar a previsão de déficit público deste ano.

Inicialmente, as mudanças no Carf foram propostas pelo governo através de uma Medida Provisória — o que gerou desgastes com o plenário da Câmara, já que pelo texto, o voto final caberia ao presidente do colegiado, cargo que é ocupado por um auditor fiscal, e isto beneficiaria o Fisco. Após negociação, parlamentares decidiram deixar a medida provisória perder a validade e o governo reiniciou as discussões, desta vez através de um projeto de lei.

Acompanhe tudo sobre:Novo arcabouço fiscalOAB

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