Exame Logo

Volatilidade no cenário internacional preocupa Copom

Comitê de Política Monetária afirma em ata da última reunião que adotará "estratégia de política monetária adequada" caso os riscos à inflação se agravem

EXAME.com (EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h45.

Apesar de não considerar que a economia brasileira está "diante de um quadro de crise", o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável pela definição do patamar da taxa básica de juros brasileira, acredita que a volatilidade que tomou o mercado financeiro recentemente pode afetar a inflação no Brasil. Foi pensando nisso que os membros do comitê decidiram reduzir em apenas 0,5 ponto percentual a Selic na última reunião do comitê, realizada nos dias 30 e 31 de maio, e prevenir o mercado de que a flexibilização da política monetária pode ser conduzida com maior "parcimônia" daqui para a frente, como mostra a ata do encontro, divulgada nesta quinta-feira (8/6).

"Mesmo levando-se em conta que o aumento recente na volatilidade dos mercados financeiros internacionais poderá ter um caráter transitório, é forçoso reconhecer que ele gerou uma elevação na incerteza em relação ao comportamento futuro da inflação, que poderá acabar dificultando tanto a avaliação de cenários pela autoridade monetária quanto a coordenação de expectativas dos agentes privados", afirmou o Copom na ata.

Veja também

O comitê ressaltou que desde a reunião anterior, realizada em abril, a volatilidade nos mercados fez com que a cotação do dólar subisse de 2,11 reais para 2,30 reais, enquanto o risco Brasil passou de 225 pontos-base para 267 pontos. Para os membros do órgão, a alta na cotação da moeda americana e da percepção do risco brasileiro não assustam a economia, fortalecida pela "redução consistente da inflação, os vultosos e persistentes superávits comerciais, a geração de superávits primários adequados, a recomposição das reservas internacionais, a melhora do perfil da dívida pública interna e a recompra de títulos soberanos no mercado internacionais". No entanto, a volatilidade, agravada pelos altos preços do petróleo, pode comprometer a evolução desejada da inflação, que caminha para um patamar menor do que a meta de 4,50% para 2006, o que deixará o Copom "especialmente vigilante". "Evidentemente, na eventualidade de se verificar uma exacerbação de riscos que implique alteração do cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias", declarou a ata.

Considerando o cenário interno, o Copom destacou que o nível de emprego e de renda devem se expandir nos próximos meses, assim como a oferta de crédito. Com a economia caminhando dentro do esperado, o comitê afirmou que o "espaço para que observemos juros reais menores no futuro continuará se consolidando de forma natural", mas que a preservação de "importantes conquistas", geradas pelos cortes seguidos na Selic desde setembro de 2005, até o patamar atual de 15,25% ao ano, "requer que a flexibilização adicional da política monetária seja conduzida com parcimônia".

Acompanhe tudo sobre:[]

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame