Rússia: Banco Central do país demonstrou preocupação com a inflação gerada pelo evento, mas o governo minimizou o caso (Maxim Shemetov/Reuters)
Reuters
Publicado em 25 de abril de 2018 às 15h24.
Última atualização em 25 de abril de 2018 às 15h25.
A Rússia não registraria nenhum crescimento econômico atualmente se não fosse pelo investimento gerado pelos preparativos da Copa do Mundo de 2018, disse uma autoridade de primeiro escalão do governo nesta quarta-feira.
O vice-primeiro-ministro Arkady Dvorkovich disse que a preparação para o Mundial, que transcorre entre 14 de junho e 15 de julho, aportou 867 bilhões de rublos, o equivalente a 14 bilhões de dólares, ao produto interno bruto russo, ou cerca de 1 por cento, nos últimos cinco anos.
"Um por cento definitivamente é muito sério, uma contribuição bastante importante para nosso desenvolvimento para o país. Posso dizer que, sem a Copa do Mundo, não haveria nenhum crescimento econômico no momento", disse a repórteres.
A economia russa voltou a crescer 1,5 por cento no ano passado depois de uma retração de dois anos causada por sanções ocidentais e uma queda nos preços globais do petróleo.
Mesmo assim o crescimento do PIB ficou aquém da meta governamental de 2 por cento, e o presidente Vladimir Putin está cada vez mais pressionado para revigorar a economia estagnada do país e apaziguar os temores do eleitorado com a queda no padrão de vida.
Um estudo apresentado por Dvorkovich e por autoridades do comitê organizador da Copa do Mundo da Rússia nesta quarta-feira sustentou que o gasto com a infraestrutura do torneio pode acrescentar entre 150 bilhões e 210 bilhões de rublos ao PIB russo em cada um dos próximos cinco anos.
O Banco Central russo já havia dito que a competição traria um pequeno impulso à economia, mas também alertado que o torneio pode provocar um aumento nos preços ao consumidor.
As autoridades russas já identificaram hotéis flagrados aumentando os preços dos quartos antes da Copa do Mundo -- alguns deles elevaram as taxas de pernoite em até 5 mil por cento.
Dvorkovich disse que o impacto sobre a inflação, que o Banco Central vem lutando para reduzir dos dois dígitos para os atuais níveis baixos pós-soviéticos, será pequeno.
"Quanto à inflação, não haverá nenhum efeito significativo. Os investimentos que foram feitos... são investimentos produtivos que não criam nenhuma pressão inflacionária nos mercados de consumo".