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Viagem de Lula a Pequim deve reforçar investimentos e acordos comerciais

Presidente vai à China em março, para transmitir a ideia de que o Brasil é um país preocupado com a economia verde, a inclusão digital e a reindustrialização

A sinalização de que a China quer reforçar sua relação com o Brasil, após um período conturbado no governo anterior, foi dada pela vinda do vice-presidente chinês, Wang Qishan, à posse de Lula (Geraldo Magela/Agência Senado)
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Agência O Globo

Publicado em 13 de fevereiro de 2023 às 07h09.

A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, prevista para o fim de março, já é comemorada por integrantes do governo antes mesmo de acontecer. Além das boas perspectivas em relação ao aumento do comércio e dos investimentos, graças à reabertura da economia chinesa pós-Covid, o momento político é importante, pois no início do mês haverá renovação dos principais cargos executivos em Pequim.

Segundo um interlocutor, “há uma fila de líderes estrangeiros que querem visitar a China”, e o governo brasileiro, ao ser convidado, recebe um tratamento especial. Lula levará a mensagem de que, com um presidente da República mais “amigável”, o Brasil voltará a ser não apenas um parceiro atrativo, mas um fornecedor confiável de commodities agrícolas e minerais à China.

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Lula transmitirá aos chineses a ideia de que o Brasil é um país preocupado com a economia verde, a inclusão digital e a reindustrialização. E quer melhorar as relações bilaterais.

A sinalização de que a China quer reforçar sua relação com o Brasil, após um período conturbado no governo anterior, foi dada pela vinda do vice-presidente chinês, Wang Qishan, à posse de Lula, destacou uma fonte. Além de temas econômicos, como o aumento dos frigoríficos habilitados a exportar carnes para a China e a atração de novos investimentos para obras de infraestrutura e logística, Lula quer discutir questões como uma solução para o conflito na Ucrânia e acordos de cooperação em ciência, tecnologia e satélites.

Em 2021, o Brasil foi o principal destino dos investimentos chineses, com o ingresso de US$ 5,9 bilhões em 28 grandes projetos. A China também é o maior parceiro comercial do Brasil, que vendeu para aquele país, no ano passado, US$ 89,4 bilhões.

Para Aurélio Pavinato, presidente da gigante do agronegócio SLC, o Brasil tem muito a ganhar. Segundo ele, vamos nos beneficiar não apenas da recuperação da economia chinesa, mas da europeia, que começa a acontecer. Pavinato acredita que, no caso da China, haverá expansão das vendas de alimentos e algodão:

— O pós-Covid é um momento importante na economia mundial, mas só agora acontece na China, em um momento em que há redução dos custos de energia, gás natural e petróleo.

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