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Vendas das empresas crescem 47% durante Plano Real, diz Serasa

Pesquisa com 3 mil empresas aponta que melhoria da gestão contribuiu para os setores da indústria, comércio e serviços enfrentarem instabilidades internas e externas

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h25.

Entre 1994 e 2003, o faturamento líquido da indústria, comércio e serviços cresceu, em termos reais, 46,6%, segundo pesquisa da empresa de análise de crédito Serasa. com foco nos dez anos do Plano Real. Baseado nas demonstrações contábeis de 3 mil empresas dos três setores, o estudo apontou que o desempenho foi puxado pela indústria e pelo comércio, cujas vendas líquidas aumentaram 68,4% e 60,2%, respectivamente, no período. Já no setor de serviços, o avanço foi de 15,6%.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o IPCA - índice oficial de inflação - acumulou alta de 160% entre julho de 1994, quando o Plano Real foi lançado, e dezembro de 2003. Para a Serasa, o que explica o desempenho das empresas é a melhoria das técnicas de gestão, motivada pelo acirramento da concorrência que se estabeleceu com empresas de outros países, após a abertura da economia.

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Os ganhos de competitividade refletiram-se, também, no aumento da capacidade de pagamento das empresas brasileiras. A pesquisa da Serasa aponta que o índice de cobertura de dívidas pela geração de caixa foi reduzido de 7,5 anos, em 2002, para 5,4 anos em 2003. Ou seja, uma empresa demora, hoje, 5,4 anos para quitar todos os seus débitos com recursos próprios. Em 2002, levava 7,5 anos.

Ciclos

A Serasa dividiu o Plano Real em três ciclos. No primeiro (1994 a 1996), o destaque foi o aumento do poder de compra dos consumidores, devido à estabilização da economia, que elevou em 12% o faturamento da indústria, comércio e serviços, em termos reais. Em contrapartida, a geração de caixa das empresas caiu, por causa do aumento da concorrência, que pressionou as margens.

Entre 1997 e 1999, as vendas líquidas reais subiram 12,3%, com destaque para a indústria, beneficiada pela desvalorização cambial. A mudança do câmbio favoreceu as exportações e a substituição de importações. Por outro lado, as empresas foram prejudicadas pela queda dos lucros, devido ao aumento da parcela de endividamente atrelada ao dólar. A Serasa aponta que, neste período, houve uma elevação do patamar de endividamento das empresas.

No terceiro ciclo (2000 a 2003), a economia foi prejudicada pelo racionamento de energia, a crise argentina, a elevação da taxa de câmbio e pela desaceleração da economia mundial, entre outros fatores. A geração de caixa caiu, as dívidas de curto e longo prazo aumentaram. O resultado foi um menor ritmo de crescimento das vendas líquidas: 7,4%. Segundo a Serasa, o quadro foi revertido em 2003, quando as empresas reduziram suas dívidas, devido à queda do câmbio, e à alta do preço internacional das commodities. Com isso, as empresas registraram o maio lucro em dez anos de Plano Real.

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